Imagens mostram a psicóloga Juliana de Almeida Cézar Machado, que se passou por uma desembargadora e ofendeu funcionários de um restaurante no Museu do Amanhã, gritando dentro da delegacia do Centro do Rio, para onde foi levada, e xingando outra pessoa. Ela vai responder por injúria por preconceito, ameaça e lesão corporal.
“Eu quero ir para a cela!”, gritou a mulher várias vezes.
Juliana foi levada à delegacia após agredir, ameaçar e insultar de forma homofóbica os funcionários do restaurante Casa de Saulo, no pilotis do Museu do Amanhã.
Dentro da unidade policial, ela voltou a insultar uma pessoa.
“Eu quero ir para a cela, sua filha da p*ta, sua mulher desgraçada! Eu quero ir para a cela! Eu quero ir para a cela!”, gritou.
De acordo com a Polícia Civil, a ocorrência foi apresentada na 5ª DP (Mém de Sá) e, numa rápida análise, o delegado de plantão tinha determinado que o caso fosse registrado como lesão corporal.
No entanto, segundo a corporação, no “curso dos depoimentos que duraram cerca de duas horas, surgiram fatos novos (que não haviam sido bem esclarecidos de início), dando conta de que a autora [Juliana] proferiu ofensas homofóbicas, ameaças e outros xingamentos que configuram, em tese, outros crimes“, diz a instituição.
Ainda segundo a corporação, “com a divulgação de vídeos feitos no momento das agressões, restou claro a necessidade de instauração de inquérito policial, a partir do acréscimo de crimes como injúria por preconceito e ameaça, somados à lesão corporal.”
A investigação ficará a cargo da 4ª DP (Praça da República).
Segundo a chef Isabela Duarte, desde a chegada ao restaurante, no último sábado (27), a mulher já estava discutindo com os pais. Quando os ânimos se exaltaram, os funcionários tentaram retirar Juliana do estabelecimento.
Depois de xingar, ela pega a garrafa de bebida e volta às ofensas.
Psicóloga: Sua sapatão de mer**
“Acabou que nesse momento a gente direcionou ela lá pra fora, tentei acalmá-la. Foi no momento que ela se sentiu contrariada e acabou também me agredindo verbalmente, falando coisas de cunho preconceituoso e, nesse momento, os outros clientes passaram, e ela acabou querendo derramar vinho nessa cliente”, conta Isabela.
Além das ofensas, a chef Isabela conta que foi agredida fisicamente.
“Eu fui tentar impedi-la e numa segunda tentativa eu consegui segurá-la, mas no outro braço ela estava segurando a taça. Foi quando ela me agrediu fisicamente e aí, acertou a taça do vinho, estilhaçou no meu braço e aí, teve algumas escoriações. E meu braço começou a sangrar. Ela tentou arremessar a garrafa de vinho e nesse momento o caos se instaurou”, falou a vítima.
Em outro vídeo, é possível ver que o braço de Isabela está sangrando e que uma funcionária e clientes do restaurante também ajudaram a conter a mulher.
Henrique Lixa, auxiliar de cozinha no restaurante, conta que também foi agredido no rosto.
“Ela atingiu o meu lábio. Me bateu no rosto. Ela me arranhou no braço, na mão. E aí eu me afastei um pouco da situação para não me exaltar mais. Depois a polícia chegou, ela continuou cometendo crimes homofóbicos.”
“Nunca que eu ia imaginar que a gente ia chegar no trabalho e acontecer isso, porque você sai de casa com o único intuito que é trabalhar, fazer seu serviço da melhor maneira possível. Se a gente não fala, acaba se calando, a gente acaba sendo cúmplice, por assim dizer, do que tem acontecido. E acho que o meu papel nisso tudo não pode ser esse. Tem que ser de se posicionar e pedir que, de alguma maneira, as coisas precisam ser resolvidas, esclarecidas. E pedir justiça”, diz a chef.
Por: G1 – Acre.