Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, pode perder o salário de cerca de R$ 30 mil mensais que recebe como delegado da Polícia Federal. Isso porque a corporação abriu um processo administrativo que deverá resultar no corte da remuneração do ex-ministro.
Além disso, de acordo com informações do jornal O Globo, Torres deverá ser expulso da PF em um segundo momento. Essas medidas são consequência da prisão do ex-ministro, que está detido desde o início de janeiro no batalhão da Polícia Militar.
A decisão de manter a prisão de Torres foi tomada na última sexta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O ex-ministro é investigado por suposto envolvimento em um esquema de desvios de recursos públicos destinados à compra de respiradores durante a pandemia da Covid-19.
A prisão de Anderson Torres é mais um episódio da Operação Falso Negativo, que investiga desvios na saúde do Distrito Federal. A operação foi deflagrada em maio de 2020 pela Polícia Civil e pelo Ministério Público local.
Torres assumiu o Ministério da Justiça em março de 2021, após a saída de André Mendonça, que deixou o cargo para ser indicado ao Supremo Tribunal Federal. O ex-ministro também já ocupou os cargos de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e de chefe da segurança do então governador Rodrigo Rollemberg.
Com a abertura do processo administrativo que pode resultar no corte do salário e a expectativa de expulsão da Polícia Federal, o futuro de Anderson Torres na corporação e na política nacional é incerto.