A tese do marco temporal, que pode afetar a comunidade no Mato Grosso do Sul e várias outras, foi impulsionada em um julgamento de 2009 no STF, sobre a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Na ocasião, foi discutido o caso em particular — mas, depois, o “marco temporal” foi incorporado como pauta pela bancada ruralista no Congresso e aplicada em diversas decisões judiciais pelo Brasil.
Em nota enviada à reportagem, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que defende a tese do marco temporal, afirmou que “não é contrária aos direitos dos povos originários”.
“[A FPA] Defende o direito de propriedade e a segurança jurídica, quando um direito não pode se sobrepor aos de brasileiros que pagaram por sua terra e são retirados sem nenhum tipo de indenização”, afirmou a entidade.
A BBC News Brasil também pediu posicionamento do relator do projeto de lei que estabelece o marco temporal e foi aprovado na Câmara, o deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), mas não recebeu retorno até a publicação da reportagem.