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Marido de Zé Celso fala sobre incêndio: ‘Segurei as duas mãos dele’

O viúvo do dramaturgo, ator e diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, morto aos 86 anos, Marcelo Drummond contou nesta quinta-feira (6) como foram os momentos de resgate durante o incêndio que atingiu o apartamento do casal, no Paraíso, Zona Sul da capital paulista.

“Eu caí, alguém me acordou porque eu cheguei a desmaiar, de certa forma, da fumaça. Alguém me acordou, a gente saiu. Fui para o corredor, para o hall de entrada do apartamento, um vizinho apareceu e trouxe o Zé junto com o Vitor e o Zé falava ‘abre a janela, abre a janela’. E eu falei: ‘já está aberta. Eu segurei as duas mãos dele e ele botou a perna em cima de mim”, contou o viúvo à GloboNews.

Zé Celso, como era conhecido, foi internado na terça-feira (4) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele teve 53% do corpo atingido por queimaduras, ficou sedado, entubado e com ventilação mecânica. Ele não resistiu e morreu na manhã desta quinta.

O velório vai ocorrer no Teatro Oficina.

Além do dramaturgo, estavam no apartamento Marcelo Drummond, marido de Zé Celso, Ricardo Bittencourt, Victor Rosa e o cachorro Nagô. Os três, incluindo Nagô, ficaram em observação por terem inalado muita fumaça.

Drummond contou que viu Zé precisou ser socorrido por ter problemas de mobilidade. Ele viu o momento em que Victor o carregava para fora do quarto, origem do incêndio.

“A gente puxou, o Zé deitou no chão. Eu mesmo não aguentei, deitei um pouco”, contou. Depois de saírem do apartamento, Zé recebeu os primeiros socorros. Aí chegaram os Bombeiros e foi o último momento que eu vi o Zé”, disse.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), decretou luto de três dias. No decreto, o prefeito destacou a “relevância e singularidade da trajetória do dramaturgo, diretor, ator, encenador e escritor brasileiro José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, cuja atuação revolucionou as artes cênicas brasileiras”.

Por: G1 – São Paulo.