Em 2022, a população carcerária do Brasil ultrapassou 830 mil pessoas, de acordo com dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira (20). Segundo o levantamento, são 832.295 pessoas no sistema prisional.
Do total de presos, 621.608 foram condenados, enquanto 210.687 estão presos provisoriamente, aguardando julgamento. Ou seja: a cada quatro pessoas presas, uma não foi julgada e teve pena definida pela Justiça brasileira.
Na comparação, é como se a população carcerária do país fosse maior do que a quantidade de moradores de 5.186 cidades do Brasil, de acordo com dados do Censo 2022, divulgado em junho. Ao todo, o país possui 5.570 localidades, com 5.568 municípios e dois distritos (Fernando de Noronha e Distrito Federal).
A população carcerária também é maior do que a de três estados do Brasil:
Roraima: com 636.303 pessoas
Amapá: com 733.508 pessoas
Acre: com 830.026
Em 2021, a quantidade de pessoas que estavam privadas de liberdade chegava a 820.689. Em 2022, o número subiu para 832.295 — aumento de 1,4%.
Ainda de acordo com o Anuário, existe um déficit de mais de 236 mil vagas no sistema prisional.
O número de pessoas presas provisoriamente caiu em comparação com 2021. Naquele ano, o número era 233.827. Contudo, a quantidade de presos provisórios ainda representa 25,3% do total. Em 2021, o número era de 28,5%.
Apesar de ter tido uma queda entre 2021 e 2022, Sergipe continua com a maior quantidade de presos provisórios, representando 57,3% da população carcerária do estado. Em 2021, eram 5.474 presos aguardando julgamento, ou seja, 79,9%.
Um outro índice que também teve queda neste ano, foi a quantidade de presos em celas estaduais, no entanto, isso representou um aumento de indivíduos no monitoramento eletrônico.
Sobre o monitoramento eletrônico, em 2019 eram 16.821 (2,2% do total da população prisional) presos, em 2020 passou para 51.897 (11% do total dos presos) e, em 2022, o número chegou em 91.362.