De olho na alíquota
Apesar da simplificação que o novo imposto tenta trazer, no entanto, sua chegada ainda divide opiniões entre especialistas.
Para o advogado tributarista e sócio do escritório SouzaOkawa Advogados, Igor Nascimento de Souza, por exemplo, apesar de o IVA tentar desonerar a produção, ainda há pontos a serem esclarecidos e que podem acabar tendo reflexos na atividade econômica brasileira no longo prazo.
“Ele pode ser melhor do que nós temos hoje, mas não acredito que seja tão benéfico para o país. Tudo vai depender da alíquota que for definida”, diz o advogado, explicando que uma cobrança muito alta do imposto pode acabar tendo efeitos indiretos nos investimentos feitos pelas empresas e na taxa de emprego do país.
“Precisamos pensar em formas para viabilizar um sistema tributário mais justo, igualitário e que onere menos as empresas no Brasil”, acrescenta Souza.
Além da implementação do IVA dual, a proposta de reforma tributária também prevê a criação de um imposto seletivo sobre bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente (como cigarros e bebidas alcóolicas). O texto também propõe:
Isenção da cobrança do futuro IVA para alguns medicamentos específicos, como os utilizados no tratamento contra o câncer.
Redução de 100% da alíquota do IVA federal (o CBS) sobre serviços de educação de ensino superior (Prouni).
Possibilidade de produtores rurais que atuam como pessoas físicas e tenham receita anual de até R$ 2 milhões ficarem “livres” de recolher o futuro IVA dual (CBS e IBS).
Tratamento diferenciado para produtos e serviços que não se adequem ao regime geral de incidência do IVA.
A expectativa é que a reforma tributária seja votada na Câmara dos Deputados ainda nesta semana.
Por Isabela Bolzani, g1