Vídeo
Imagens das câmeras internas do Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, mostram o momento em que presos de um pavilhão saem da cela, rendem o detento que ajudava a servir a refeição, um policial penal e iniciam a rebelião. O vídeo viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (31).
O vídeo mostra que era 11h03 da última quarta-feira (26) quando os detentos deixam as celas. Primeiro aparece nas imagens um policial penal entregando as marmitas e caminha em direção ao final do pavilhão. A primeira informação é de que a rebelião teria começado às 9h30.
Logo depois, um preso, que é chamado de faxineiro e fica solto no pavilhão auxiliando os policiais, aparece carregando mais marmitas, quando dois detentos saem das celas – um corre em direção ao policial penal e outro ao faxineiro.
O detento que estava com as marmitas é puxado pelo pescoço pelo rebelado e depois empurrado até a grade para que outro preso o segure por trás enquanto o comparsa sai correndo. Neste momento, é possível ver que o preso que está dentro da cela já parece estar armado, pois nas imagens é possível ver um clarão quando ele aponta a mão para a fora.
Sobre os vídeos, Feitoza disse que as investigações transcorrem tanto no âmbito da Polícia Civil, como também internamente no Iapen.
“O vídeo retrata muito bem o nosso policial que foi rendido. As celas foram serradas, encontramos serras também e agora passamos por um longo período de readequação de segurança máxima. Há de se falar também que no primeiro embate, no primeiro contato, a pronta resposta foi dos policiais lotados, como também o Gpoe [Grupo Penitenciário de Operações Especiais]. Hoje temos um policial penal internado, que perdeu parte da visão no combate na garantia da manutenção da ordem da unidade prisional, além do servidor que ficou 24 horas de refém, mas contemos a crise”, disse.
Ele destacou ainda que o núcleo de atendimento a servidores do Iapen está acompanhando os policiais penais depois da situação traumatizante.
“O núcleo de apoio ao servidor penitenciário tem dado o apoio aos dois policiais, desde a hora que saíram, o Sesacre tem dado o apoio. O núcleo faz um levantamento de todo o servidor para fazermos um atendimento individualizado porque nossos servidores passaram por um momento de estresse pressão e isso afeta o psicológico de quem esteve diretamente envolvido na ocorrência. Os policiais deram a resposta no primeiro momento, contudo foi um momento que compromete o psicológico do servidor e o Iapen estará com seus mecanismos, coma Sejusp, ofertando tudo aquilo que tiver ao nosso alcance para tentar minimizar o máximo os danos que ficam após a ocorrência”, destacou.
A rebelião
A rebelião na unidade de segurança terminou apenas na quinta (27) após mais 24 horas. Com pausa, a negociação com os presos que mantinham um policial penal refém, durou cerca de 16 horas. Cinco presos, que seriam de uma facção rival aos rebelados, foram mortos no conflito. Destes, três tiveram a cabeça arrancada.
Um policial penal foi atingido ainda com um tiro de raspão no olho e um preso levou um tiro no braço. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) iniciou uma investigação para descobrir todas as causas da situação. A pasta trata o caso como uma tentativa de fuga no presídio.
Dois inquéritos foram abertos pela Polícia Civil para investigar como foi a dinâmica da rebelião dentro do presídio de segurança máxima.
Há duas possibilidades de motivação: a que a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) divulgou oficialmente é de houve uma tentativa de fuga de 13 presos, que foram contidos e, por conta disso, teria mantido reféns para garantir as negociações.
Há também uma versão de que a facção criminosa que orquestrou a rebelião queria apenas entrar no pavilhão da grupo criminoso rival e matar os integrantes para demonstrar poder na guerra por territórios.
O Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro Alves existe há 15 anos e tinha 99 presos, segundo o Instituto de Administração Penitenciária do Estado do Acre (Iapen-AC). Os tipos de presos são aqueles que exercem poder de chefia nos grupos criminosos que fazem parte. Os grupos criminosos são separados por pavilhões.
Toda a dinâmica e motivação devem ser esclarecidas nos inquéritos abertos pela Polícia Civil. O primeiro vai ser conduzido pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP) e o outro conduzido pelo Departamento Técnico-Científico, onde será possível traçar como iniciou a rebelião dentro da unidade.
Por: G1 – Acre.