Mesmo com projeto de revitalização lançado, a Biblioteca da Floresta, um dos pontos culturais de Rio Branco, segue sem prazo para reabertura. O chefe do patrimônio histórico do estado, Ítalo Facundes, diz que a Fundação Elias Mansour (FEM) aguarda a solução de entraves burocráticos para dar início às obras, mas diz que os recursos estão garantidos. O investimento é de R$ 3,8 milhões.
Facundes explica que o projeto começou a ser elaborado assim que a emenda parlamentar que destinou recursos a essa finalidade foi recebida. Além da Biblioteca da Floresta, também foram contemplados projetos para o Teatro Plácido de Castro e o Palácio Rio Branco.
“Iniciou-se a elaboração dos projetos, só que é um projeto complexo. Teve muita alteração durante o percurso do projeto e acabou demorando mais do que o esperado. Nesse sentido, a gente tem o trâmite natural burocrático que é demorado. Agora, eles estão cumprindo o que a gente chama de cláusula suspensiva, que é quando o banco encontra dentro do dos papéis alguns elementos que precisam ser ajustados, coisa burocrática mesmo. Às vezes, falta um documento, às vezes um número está errado ou está pra mais ou está pra menos. Eles estão cumprindo a cláusula suspensiva. Após isso já vai pra licitação”, afirma.
A biblioteca segue fechada desde 2019, e também foi atingida por um incêndio em 2022. Na época, o Corpo de Bombeiros disse que equipes de dois batalhões foram enviadas ao local para apagar as chamas e foram usados cerca de 6 mil litros de água. O incêndio se concentrou na parte de baixo da biblioteca, onde ficava o atendimento e onde eram guardados os arquivos. A gestão da biblioteca afirmou que as chamas não atingiram o acervo histórico do local, apenas arquivos com documentos.
O Ministério Público Federal representou ao Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público Estadual pedindo que o governo do estado tomasse medidas urgentes de intervenção para preservação do patrimônio e restabelecimento do funcionamento.
De acordo com Facundes, o plano de revitalização chega a infiltrações, juntas de dilatação entre as lajes que apresentavam problemas durante chuvas, condicionamento de ar, além de outros elementos que tiveram deterioração ao longo dos anos.
Enquanto a recuperação não tem início, o gestor afirma que alguns cuidados paliativos têm sido feitos, mas ressalta que, pelo estado de degradação atual, não há muito que possa ser feito, e os maiores esforços serão direcionados à revitalização.
“Infelizmente, pelo que se é apresentado no prédio, a gente tem mantido gente cuidando do prédio, trabalhando. Não é aberto ao público, infelizmente, por conta das condições. Em relação a manutenção, não cabe mais. É revitalização e reforma. É um elemento complexo que está sendo licitado”, finaliza.