O Acre registrou um aumento de 6,1% no número de mortes violentas registradas no primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios, criado pelo g1, com base em informações oficiais dos 26 estados e o Distrito Federal. O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (17).
Ao todo, foram contabilizadas 105 mortes violentas no estado acreano durante os seis primeiros meses do ano, levando em consideração homicídios dolosos (quando o assassinato é intencional), latrocínios (quando a vítima é assassinada para que o roubo seja concluído) e lesões corporais seguidas de morte. A taxa ficou em 11,6 mortes para cada 100 mil habitantes, fixando o Acre em 13º lugar no ranking nacional.
No mesmo semestre do ano passado, o estado contabilizou 99 mortes.
Em comparação com os outros estados do país, o Acre fica em quarto lugar no ranking das variações percentuais, atrás apenas do Amapá, com 65,1%, do Rio de Janeiro, com 17,3% e do Tocantins, com 8,6%. Confira no quadro abaixo as variações, na região Norte, no primeiro semestre do ano:
No Brasil, a média mostra reduções nos índices de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Neste último levantamento, a redução foi de 3,4%, que corresponde a 693 mortes a menos que em 2022.
A única região do país a apresentar alta nos números de assassinatos é o Sudeste, com 8,8%. As outras regiões, inclusive o Norte, registraram baixa:
No primeiro trimestre, vê-se um aumento de 30,2%. Já no segundo, uma queda de -12,5%. Os únicos meses a registrarem casos de latrocínio foram janeiro e maio, com uma morte cada.
Um destes foi o do idoso Simar Gomes da Silva, de 64 anos, que reagiu a um assalto em um ônibus na região do Belo Jardim II, em Rio Branco, em janeiro deste ano. Ao segurar a arma de um dos suspeitos, ele levou um tiro no pescoço e acabou morto.
Simar Gomes foi morto durante assalto em ônibus — Foto: Reprodução
Já com relação à lesão corporal seguida de morte, os números se concentram no segundo trimestre, também com um caso em cada mês.
Além do Acre, Amapá, Rio de Janeiro e Tocantins, os estados que apresentaram aumento foram: Alagoas (0,9%), Espírito Santo (5%), Maranhão (0,3%), Minas Gerais (0,5%) e Santa Catarina (5,2%).
O levantamento exclusivo, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
2022
No ano passado, 216 mortes violentas foram contabilizadas no estado acreano. Em 2021, o número de mortes violentas no Acre foi de 181. Com isso, houve um aumento de 19% nos casos em um ano.
Ao analisar a quantidade de habitantes do estado no mesmo ano, um total de 906.876 pessoas, o Acre contabilizou, para o período, 23,8 mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes.
Por G1/Ac