O estudo, baseado em informações das secretarias estaduais de Segurança Pública de nove estados da Amazônia Legal, aponta que regionalmente, o Acre ocupa o oitavo lugar no índice de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, ficando acima apenas do Maranhão, com índice de 28,5 mortes. O Amapá lidera a lista com uma taxa de 50,6 mortes.
Apesar de uma pequena redução na taxa proporcional de mortes na Amazônia Legal, saindo de 34,4 em 2021 para 33,8 em 2022, todos os estados ainda permanecem acima da média nacional.
O município de Brasiléia, no interior do Acre, figura na 92ª posição entre os 100 municípios mais violentos da região, com uma taxa de 51,8 mortes por 100 mil habitantes.
O relatório também destaca a análise das mortes violentas intencionais contra indígenas de 2018 a 2021, indicando 11 casos no Acre no período, com um aumento de 50%. A pesquisa sugere que a violência na região é impulsionada por confrontos entre facções criminosas disputando territórios do tráfico de drogas, especialmente em áreas de fronteira.
Outro ponto preocupante abordado no relatório é a questão de gênero, mostrando uma pequena redução nos casos de feminicídio no Acre, passando de 12 para 11 casos entre 2021 e 2022. No entanto, a taxa proporcional de 2,7 mortes a cada 100 mil habitantes coloca o estado em segundo lugar, atrás apenas de Rondônia.
O estudo destaca que o Acre tem 13 municípios com territórios em disputa por facções criminosas e outros cinco com espaços sob controle de uma organização. A relação intrínseca entre o sistema prisional e a expansão das facções na Amazônia Legal é ressaltada, indicando que as prisões foram espaços-chave para a organização desses grupos criminosos.
Mesmo com pequena redução, Acre tem segunda maior taxa de feminicídios — Foto: Reprodução/Cartografias da Violência na Amazônia