REGIÃO

Onda de fumaça ameaça Manaus novamente: Emergência ambiental devido a queimadas e Seca

Manaus, AM — A densa onda de fumaça que envolve Manaus se intensificou durante a madrugada e manhã deste sábado (4), marcando a segunda ocorrência do problema, que agora se estende por uma semana. A qualidade do ar na cidade foi classificada como péssima, impactando toda a região.

A fumaça, proveniente de um alto número de queimadas no Pará, é o epicentro de uma séria crise ambiental que assola o Amazonas. Este problema é agravado pelas mais de 15 mil queimadas registradas em todo o estado nos últimos três meses, com outubro apresentando o pior índice de incêndios dos últimos 25 anos. O governo do Amazonas declarou emergência ambiental devido a essa situação crítica.

Além disso, a seca dos rios afeta todos os municípios do estado, com mais de 600 mil pessoas atingidas pela estiagem severa. Manaus registrou a pior vazante do Rio Negro em mais de 120 anos, resultando no isolamento de comunidades rurais, fechamento de escolas e impactos no escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus.

Durante a madrugada deste sábado, o problema se agravou consideravelmente, cobrindo completamente Manaus por volta de 1h. O odor de queimadas permeou as residências, afetando a população.

Segundo o “Selva”, um sistema desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a qualidade do ar foi considerada péssima em quase todas as zonas da cidade. Índices alarmantes foram registrados, atingindo valores extremos, como 600 na Zona Sul da cidade, e variando entre 200 e 400 na Zona Leste, por volta de 1h30 da manhã.

Durante a manhã, o problema persistiu, com muitos pontos da cidade cobertos pela densa fumaça. A visibilidade diminuiu e a coloração do sol mudou para tons alaranjados. A Zona Sul de Manaus continua sendo a área mais impactada pelo fenômeno.

A situação levou muitos habitantes a voltar a usar máscaras para se protegerem ao sair de casa no sábado. Em Parintins e Maués, cidades do interior do estado, a fumaça também se tornou uma constante na rotina dos moradores, com a outra margem do Rio Amazonas encoberta em Parintins.

O Governo do Amazonas atribui o fenômeno às queimadas no Pará e, em menor intensidade, na Região Metropolitana de Manaus, indicando que a baixa precipitação e a massa de calor sobre Manaus devem continuar afetando a qualidade do ar nos próximos dias. Já o Governo do Pará nega a confirmação de que a fumaça em Manaus seja proveniente do seu estado, atribuindo a situação ao El Niño, que traz poucas chuvas e seca para a região. Ambos os estados reforçaram medidas de prevenção e combate aos incêndios florestais.

A emergência ambiental persiste desde setembro no Amazonas, após um aumento descontrolado no número de queimadas. Somados, os incêndios no estado, entre agosto e outubro, ultrapassam 15 mil, segundo dados do Inpe. Em novembro, foram registradas 72 queimadas em três dias. No entanto, até o momento, nenhum município do estado está entre os 10 que mais queimam na Amazônia Legal, com cidades de Mato Grosso, Pará e Rondônia na lista.

A crise ambiental que afeta o Amazonas é uma grave preocupação e requer ações imediatas e coordenadas para lidar com os desafios ambientais e de saúde pública.
informações segundo o G1.