ENTRETENIMENTO

Pesquisa da Ufac revela fungos amazônicos como aliados no combate às larvas do Aedes aegypti

Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Federal do Acre (Ufac) trouxe uma perspectiva inovadora no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. Publicado na revista científica Brazilian Journal of Biology em 27 de outubro, o estudo identificou que três espécies de fungos nativos da Amazônia têm a capacidade de eliminar larvas do Aedes aegypti.

Ao coletar 23 espécies de fungos na região amazônica, os pesquisadores buscaram selecionar aquelas com potencial entomopatogênico, ou seja, capazes de parasitar insetos, levando à morte ou incapacidade de se alimentarem e se reproduzirem. Três dessas espécies – Beauveria sp, Metarhizium anisopliae e M. anisopliae – demonstraram altas taxas de eliminação de larvas em condições laboratoriais, chegando a 100%, 80% e 95%, respectivamente.

Em experimentos que simularam condições encontradas em áreas urbanas, como caixas d’água, tambores, ralos, garrafas e pneus, os índices de eliminação de larvas variaram. No entanto, mesmo em situações menos controladas, os fungos mostraram eficácia, oferecendo uma solução local para a alta incidência de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti na região.

A pesquisa também explorou a aplicação dos fungos em óleos minerais e vegetais, revelando que o mineral prolonga seu efeito no combate aos mosquitos em comparação ao vegetal. Além de ser uma alternativa eficaz, o uso de fungos amazônicos apresenta uma abordagem sustentável, evitando a contaminação das águas onde os mosquitos se reproduzem, diferentemente do uso de inseticidas.

A iniciativa busca não apenas combater as doenças, mas também promover uma solução regional adaptada às condições climáticas e geográficas da Amazônia. Os fungos amazônicos surgem como aliados promissores na luta contra as arboviroses, oferecendo uma abordagem inovadora e sustentável para o controle do Aedes aegypti.