A Polícia Civil de Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre, está investigando um incidente de cunho racista envolvendo um pedido de delivery feito a uma pastelaria. A nota que acompanhava a solicitação continha a seguinte mensagem: “última vez veio um motoboy negro, peço a gentileza que mande um branco, não gosto de pessoas assim tocando a minha comida”. O restaurante cancelou o pedido e denunciou o caso à polícia.
De acordo com o delegado Rodrigo Câmara, responsável pela investigação, o nome indicado no pedido não corresponde a nenhum morador do endereço fornecido para a entrega, e o número do apartamento é inexistente. A polícia busca identificar o autor da mensagem racista e verificar se houve pagamento, buscando rastrear a origem do ocorrido.
O delegado explica que, dependendo da intenção por trás da mensagem, o responsável pode ser enquadrado por injúria racial ou racismo. Mesmo se o incidente se tratar de um trote, punições são possíveis, uma vez que qualquer forma de discriminação com base na cor da pele é considerada crime.
O Ifood, plataforma utilizada para o pedido, informou que a conta utilizada foi criada no mesmo dia do ocorrido e que estão tomando as medidas necessárias para bloquear o cliente. A empresa reforçou que repudia qualquer atitude racista e oferece suporte aos entregadores em casos de violência física ou verbal, incluindo apoio jurídico e psicológico.
A proprietária da pastelaria, Daniela Rodrigues, reagiu prontamente, cancelando o pedido e solicitando que a pessoa não faça mais pedidos ao estabelecimento. Ela destacou que não deseja clientes com atitudes discriminatórias em seu negócio. O motoboy citado na mensagem é o marido de Daniela, Gabriel Fernandes, que também é sócio do estabelecimento.
O episódio destaca a importância de repudiar e combater atitudes racistas, mesmo em ambientes virtuais e transações comerciais, e ressalta a necessidade de ações educativas e punitivas para coibir comportamentos discriminatórios.