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Preços do ar-condicionado disparam três vezes mais que a inflação devido às ondas de calor

O Brasil enfrenta uma quarta onda de calor no segundo semestre de 2023, e os reflexos desse fenômeno climático estão sendo sentidos nos preços dos aparelhos de ar-condicionado. De acordo com o Índice Fipe/Buscapé de Eletroeletrônicos, em outubro, o custo desses equipamentos teve um aumento significativo de 12,3% na variação anual, enquanto a inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 4,8% no mesmo período.

Contrariando a tendência geral, que viu uma queda de 6,8% nos preços de eletroeletrônicos em outubro, o ar-condicionado destaca-se como uma exceção preocupante para os consumidores. O professor e economista da Fipe, Sérgio Crispim, responsável pelo Índice Fipe/Buscapé, aponta para uma combinação de fatores que impulsionaram essa disparada nos preços.

“Estamos lidando com dois problemas significativos: um crescimento extraordinário da demanda devido à persistente onda de calor e uma oferta que não consegue acompanhar esse aumento. Além disso, há um choque de custo, parcialmente relacionado à logística da Zona Franca de Manaus”, explica Crispim.

A seca no Amazonas contribuiu para um aumento nos custos logísticos na região da Zona Franca de Manaus, pressionando ainda mais os preços dos condicionadores de ar. Enquanto outros produtos eletroeletrônicos experimentam uma tendência de queda, o ar-condicionado destaca-se como um ponto de preocupação para os consumidores, que agora enfrentam não apenas o desafio das altas temperaturas, mas também o impacto financeiro dessa necessidade crescente.