O Banco Central divulgou hoje, 21 de dezembro de 2023, seu relatório trimestral de inflação, estimando que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 4,6%. Essa previsão representa uma redução significativa na probabilidade de ultrapassar a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de oscilação entre 1,75% e 4,75%.
Segundo o relatório, a probabilidade de a inflação superar o limite superior da meta para 2023, que era de cerca de 67%, agora caiu para 17%. Essa mudança reflete a projeção revista para 2023, de 5,0% para 4,6%, e uma redução da incerteza associada a um horizonte mais curto de projeção.
O Banco Central destaca a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, fixando-a em 11,75% ao ano. Essa decisão, de acordo com o relatório, está alinhada à estratégia de convergência da inflação para a meta ao longo do horizonte relevante, que abrange os anos de 2024 e 2025.
O documento ressalta que, se o cenário esperado se confirmar, o Copom antecipa reduções adicionais na taxa básica de juros nas próximas reuniões, mantendo a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O ciclo de flexibilização, no entanto, dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas de inflação e de outros fatores econômicos.
No contexto global, o Banco Central destaca a volatilidade no ambiente externo, com movimentos expressivos nas taxas de juros nos Estados Unidos e núcleos de inflação elevados em diversos países. O relatório ressalta que os bancos centrais das principais economias continuam comprometidos em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas.
No cenário doméstico, prevê-se um arrefecimento no crescimento no terceiro trimestre, com um aumento de 0,1%, após uma alta significativa no trimestre anterior. O consumo das famílias, principalmente em serviços e bens não duráveis, foi destacado, enquanto os investimentos registraram uma queda nos últimos quatro trimestres. A balança comercial deve contribuir para um déficit em transações correntes moderado.
Além disso, o Banco Central revisou as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), aumentando para 3% em 2023 e ajustando para 1,7% em 2024. O cenário prevê uma retomada dos investimentos e um balanço favorável nas contas externas.