Dados do governo federal divulgados na última semana mostram que o agronegócio de Sena Madureira, no Acre, recebeu R$ 55 milhões em crédito no primeiro ano do governo Lula 3. O valor foi destinado a 115 proprietários de fazendas, com uma média de R$ 475 mil por beneficiário.
Já a agricultura familiar, que representa a maioria dos produtores rurais do município, recebeu R$ 28 milhões, divididos entre 400 agricultores. A média de crédito por agricultor familiar foi de R$ 70 mil.
A diferença entre os valores destinados ao agronegócio e à agricultura familiar foi criticada por representantes de movimentos sociais e ambientalistas. Eles argumentam que o governo deveria investir mais na produção de alimentos, que é essencial para a segurança alimentar da população.
“É uma lógica invertida”, disse um agricultor da região. “O agronegócio, que já é muito rico, recebe ainda mais recursos, enquanto a agricultura familiar, que produz a maior parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, fica com menos.”
O governo federal argumenta que os recursos destinados ao agronegócio são necessários para o financiamento da produção de alimentos e para a geração de empregos. No entanto, os críticos afirmam que o dinheiro poderia ser melhor utilizado para apoiar a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis.
“O agronegócio é responsável por uma série de problemas ambientais, como o desmatamento e a poluição”, disse o representante do Greenpeace Brasil. “O governo deveria investir mais na produção de alimentos agroecológicos, que são mais saudáveis e sustentáveis.”