O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou dados nesta segunda-feira (22) que apontam para o menor índice de desmatamento em áreas protegidas na Amazônia Legal em nove anos. Em 2023, foram derrubados 386 km² de floresta em terras indígenas e unidades de conservação, representando uma área equivalente ao tamanho da cidade de Belo Horizonte.
Comparado ao ano anterior, houve uma queda notável, visto que em 2022 o desmatamento nessas áreas totalizou 1.431 km². A redução expressiva de aproximadamente 73% destaca a eficácia das medidas de preservação e fiscalização implementadas.
De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, que utiliza satélites mais refinados, capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, essa diminuição do desmatamento em áreas protegidas superou a queda geral na Amazônia Legal, que foi de 62% no mesmo período.
Apesar da significativa melhoria, o desmatamento ainda ocorre a uma taxa de aproximadamente 1,1 mil campos de futebol por dia, permanecendo acima dos índices entre 2008 e 2017, quando o Imazon implementou o SAD.
Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, destaca a importância da redução do desmatamento nessas áreas protegidas, que frequentemente enfrentam invasões ilegais, resultando em conflitos com povos e comunidades tradicionais.
Entretanto, Souza ressalta que, mesmo com a queda geral no desmatamento, algumas áreas protegidas, como Igarapé Lage em Rondônia, registraram aumentos na degradação em 2023. A redução expressiva, entretanto, é um passo positivo para a preservação desses territórios cruciais para a biodiversidade.
Ranking do Desmatamento por Estados:
- Pará: 1.228 km²
- Amazonas: 877 km²
- Mato Grosso: 864 km²
Em relação aos estados que compõem a Amazônia Legal, apenas Roraima, Tocantins e Amapá apresentaram aumento no desmatamento, mantendo-se como os principais responsáveis pelo índice na região.
O Imazon enfatiza que os dados fornecem uma visão mais detalhada do desmatamento, utilizando uma abordagem mais refinada em comparação com os sistemas governamentais. Apesar da melhoria, é fundamental manter esforços para garantir a preservação contínua da Amazônia e de suas áreas protegidas.
Via G1.