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Pesquisadora comenta sobre descoberta de novas espécies de parasitos em peixes no Acre e impactos na saúde e na economia

Em uma recente pesquisa intitulada ‘Dactylogyridae (Platyhelminthes, Monogenea)’, realizada pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em colaboração com o Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do Instituto Oswaldo Cruz e Fiocruz, foram identificadas cinco novas espécies de parasitos em peixes no Brasil. As amostras foram coletadas tanto no Maranhão quanto no Acre, em especial no Rio Juruá.

A participação da professora Williane Maria de Oliveira Marins, do Instituto Federal do Acre (Ifac), que possui doutorado em Ciências e experiência na área, destaca a relevância da pesquisa, que se estende por pelo menos três anos. Em entrevista exclusiva ao ContilNet, a pesquisadora ressaltou a importância da descoberta na área de parasitologia e salientou que há uma carência de estudos sobre a parasitologia no Acre.

As cinco novas espécies de Cosmetocleithrum encontradas nos peixes, especificamente no Oxydoras niger, conhecido como “Cuiu Cuiu” na região do Juruá, são consideradas inéditas pela comunidade científica. A pesquisa detalha aspectos morfológicos únicos dessas espécies, caracterizando-as como novas.

Embora os parasitos descobertos não apresentem riscos à saúde humana, a pesquisadora faz um alerta sobre os impactos econômicos. Em casos de infestações significativas, principalmente em peixes cultivados, as perdas podem ser expressivas, chegando até 100% da produção. Portanto, mesmo sem potencial zoonótico, esses parasitos representam uma ameaça para a indústria pesqueira.

A pesquisa, que envolveu a necrópsia dos peixes para a coleta de amostras nas brânquias, revelou que os parasitos têm uma potencial alta taxa de multiplicação em ambientes de piscicultura, resultando em danos econômicos consideráveis.

A descoberta dessas novas espécies de parasitos no Rio Juruá, um importante afluente na região amazônica, destaca a necessidade de compreender a relação entre parasitos e peixes, sendo o rio um indicador de qualidade do ecossistema. A preservação do ambiente natural é crucial para a conservação da diversidade biológica e para garantir a segurança alimentar da população local.

Williane Marins encerra ressaltando a importância do trabalho para a parasitologia no Acre, evidenciando a riqueza de espécies na região e a contribuição da pesquisa para a preservação desse ecossistema. A compreensão dos parasitos é fundamental para sua gestão e para a manutenção do equilíbrio ecológico na Bacia Amazônica.

Via Contilnet.