Pesquisa Genial/Quaest: maioria avalia inelegibilidade de Bolsonaro como justa, e 47% o veem envolvido em plano golpista
A maioria da população avalia que a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo Tribunal Superio Eleitoral (TSE), é justa, segundo nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira. O levantamento aponta que 51% dos brasileiros acreditam que a Justiça acertou ao impedir que o antigo chefe do Executivo participe de eleições por oito anos. Além disso, 47% avaliam que Bolsonaro participou de um plano de golpe, tema que é foco de investigações da Polícia Federal.
O levantamento mostra que 40% dos brasileiros entendem que o Judiciário errou na decisão de tornar Bolsonaro inelegível. O mesmo percentual rejeita que houve participação do ex-presidente em um plano golpista.
A percepção de que a Justiça acertou ao tornar Bolsonaro inelegível é compartilhada por 81% dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por outro lado, apenas 9% daqueles que votaram em Bolsonaro em 2022 concordam com a decisão tomada pelo TSE em junho do ano passado.
Levantamento da Quaest divulgado nesta quarta-feira — Foto: Quaest
A Genial/Quaest ouviu dois mil brasileiros com mais de 16 anos de idade entre os dias 25 e 27 de fevereiro em entrevistas presenciais sobre a repercussão do ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista, no último domingo. A margem de erro é de 2,2 pontos e o nível de confiança é de 95%.
Impacto da manifestação
Na avaliação de metade dos entrevistados que sabiam sobre o ato bolsonarista em São Paulo ao serem entrevistados (53% da amostra), o ex-presidente sai mais forte da manifestação de domingo. Já 26% dos ouvidos entendem que Bolsonaro terminou a manifestação mais fraco do que entrou.
O entendimento que Bolsonaro sai mais forte da manifestação é compartilhado por 20% dos eleitores de Lula e por 80% daqueles que votaram no ex-presidente em 2022.
Influência nas investigações
A Genial/Quaest aponta que 48% dos brasileiros que sabiam sobre as manifestação convocada pelo ex-presidente consideram que o ato não terá influência nas investigações sobre o ex-mandatário e aliados. Outros 34% responderam que os acontecimentos devem acelerar o ritmo dos procedimentos da Polícia Federal, enquanto 11% avaliam que o ritmo será reduzido e 7% não sabem ou não responderam.
De acordo com o instituto de pesquisa, a percepção de quem o ritmo das investigações será acelerado por conta da manifestação é maior entre os eleitores de Lula (38%) do que entre os apoiadores de Bolsonaro (28%). O resultado é inverso entre àqueles que disseram que o ato não terá influência. Essa foi a resposta de 44% dos que votaram no petista, ante 52% dos que apoiam o ex-presidente.