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Deslizamentos agravam situação pós-enchente e representam desafio para a Defesa Civil no Acre

Foto: Sérgio Vale/Ac24horas

A enchente histórica do Rio Acre em 2024 deixou um legado de destruição e desafios nas cidades acreanas de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Rio Branco e Porto Acre. Além dos danos causados pela própria inundação, um fenômeno adicional tem se destacado: os deslizamentos de terra e desbarrancamentos, que estão ampliando as dificuldades enfrentadas pela Defesa Civil.

O impacto dos deslizamentos está se mostrando tão significativo quanto a maior enchente já registrada em 2015 na capital acreana. Esse fenômeno não apenas aumenta o número de desabrigados, mas também coloca em risco a segurança e a estabilidade de diversas áreas urbanas.

Desde o início da vazante, os deslizamentos têm sido uma preocupação crescente para a Defesa Civil. Em Brasileia e Xapuri, especialmente, várias áreas estão cedendo, deixando dezenas de famílias sem moradia. Na cidade de Brasileia, mais de 100 pessoas perderam suas casas, enquanto em Xapuri, cerca de 20 famílias tiveram suas residências destruídas ou interditadas.

O relato do seringueiro aposentado José Ribamar Ferreira da Silva, de 65 anos, reflete a angústia e a incerteza enfrentadas por muitos que perderam tudo devido aos deslizamentos. A falta de um lar seguro e a dependência do poder público para reconstruir suas vidas são desafios enormes para essas famílias.

Em Rio Branco, onde a enchente atingiu seu segundo maior nível já registrado, a situação é ainda mais crítica. Mais de 100 famílias perderam suas residências, e a Defesa Civil está sobrecarregada com um volume significativo de pedidos de vistorias em áreas afetadas pelos deslizamentos.

O tenente-coronel Falcão, coordenador da Defesa Civil da capital, destacou que a demanda por vistorias é alta, com mais de 2.000 solicitações até o momento. A redução do efetivo da Defesa Civil em comparação com a demanda tem gerado atrasos no atendimento, mas medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança das famílias em áreas de risco.

O monitoramento de 62 áreas em Rio Branco em situação de risco hidrológico ou geológico revela a magnitude do desafio enfrentado pela Defesa Civil. O coordenador ressaltou a importância de categorizar o risco e agir de forma proativa para evitar tragédias maiores.

Recentemente, deslizamentos foram registrados em bairros como Cidade Nova e 6 de Agosto, demonstrando a urgência de medidas preventivas e de realocação das famílias em áreas de alto risco.

Via Ac24horas.