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Especialistas e professores expressam preocupações com nova reforma do ensino médio

A recente aprovação da nova reforma do ensino médio pela Câmara dos Deputados tem gerado preocupações entre especialistas e profissionais da educação. Para o advogado Alexandre Veloso, presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal, as mudanças frequentes na política educacional, muitas vezes decorrentes de transições de governo, podem ser prejudiciais para a comunidade acadêmica e para o progresso do país.

Segundo Veloso, é crucial que as alterações no ensino médio acompanhem as necessidades dos alunos e garantam qualidade no ensino. Ele ressalta a importância da flexibilidade no currículo para que as disciplinas atendam às demandas do mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que ofereçam uma preparação adequada para o ingresso no ensino superior.

O professor Adam Smith Gontijo Brito de Assis, do Centro de Ensino Médio Elefante Branco (CEMEB) no DF, alerta para possíveis consequências negativas da nova reforma, como a redução da carga horária de disciplinas essenciais em detrimento das disciplinas eletivas. Ele destaca que, muitas vezes, os professores não têm a formação necessária para oferecer uma qualidade satisfatória nessas disciplinas eletivas, o que pode resultar em conhecimentos superficiais.

Uma das mudanças propostas é a ampliação da carga horária da formação geral básica para 2.400 horas, enquanto a carga horária total do ensino médio continua em 3 mil horas. Essa alteração, segundo o presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF), Álvaro Domingues Júnior, cerceia a liberdade de escolha dos alunos, reduzindo a flexibilidade do currículo e limitando a associação do ensino ao mundo contemporâneo e ao mercado de trabalho.

O texto da reforma agora segue para o Senado, mas os desafios futuros incluem garantir um prazo factível para implementação das mudanças e promover a compreensão e familiaridade do corpo docente com o novo modelo de ensino médio, conforme destaca o professor Bruno Borges, da Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE) – GDF.

Brasil61.