Justiça

Justiça do Acre nega novamente liberdade ao suspeito de mandar matar ex-prefeito Gedeon Barros

 

A defesa de Carmélio da Silva Bezerra, suspeito de ser mandante do assassinato do ex-prefeito Gedeon Barros, teve mais um pedido de liberdade negado pela Justiça acreana. Desta vez, um habeas corpus foi indeferido pela Câmara Criminal, que considerou que a prisão do acusado atende a todos os requisitos legais.

Segundo a decisão, “Não há que se falar em revogação da medida cautelar ou concessão de liberdade provisória, sendo que no caso em análise, é perfeitamente adequada a manutenção da segregação cautelar do Paciente”. Bezerra é um dos suspeitos presos desde 20 de dezembro, após operação da Polícia Civil. Ele é acusado de envolvimento na morte do ex-prefeito de Plácido de Castro.

Além de Carmélio Bezerra, Liomar de Jesus Mariano, conhecido como Mazinho Mariano, ex-secretário de esportes do município e candidato a vice na chapa de Barros em 2020, também está detido. Em 18 de janeiro, a Justiça já havia negado o relaxamento da prisão.

A defesa de Bezerra também havia solicitado prisão domiciliar com base na idade e no estado de saúde dele. Contudo, a desembargadora Denise Bonfim, do Tribunal de Justiça do Acre, negou o pedido em decisão proferida em 19 de março, destacando que o suspeito não preenche os requisitos necessários para esse benefício.

A 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco recebeu denúncia contra sete suspeitos pela morte de Gedeon Barros e os tornou réus por homicídio qualificado. Confira abaixo os denunciados no caso e as acusações atribuídas a cada um deles:

– Carmélio da Silva Bezerra e Liomar de Jesus Mariano: apontados como mandantes do crime e também responderão por coação no curso do processo;
– Clebson Rodrigues do Nascimento e Weverton Monteiro Oliveira: apontados como responsáveis pela contratação dos executores;
– Antônio Severino de Souza: acusado de repassar informações sobre Gedeon Barros e contribuir para a emboscada;
– João da Silva Cavalcante Junior e Sairo Gonçalvez Petronilio: o primeiro é apontado como condutor da motocicleta usada no crime, e o segundo é acusado de realizar os disparos contra Barros. Ambos também responderão por homicídio por motivo torpe e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

Bezerra e Mariano foram presos em Plácido de Castro e na Estrada Transacreana, zona rural de Rio Branco, em 20 de dezembro, durante uma operação policial que ocorreu em três cidades acreanas. Um terceiro envolvido, que já estava preso, também foi alvo da ação.

O processo destaca que um dos envolvidos fez uma delação premiada e entregou os demais suspeitos do crime. Segundo o delator, “os mandantes do crime seriam um agiota residente do município de Plácido de Castro e um boliviano, em virtude de uma dívida que a vítima teria com estes”. A ideia inicial do crime era que parecesse um latrocínio, roubo seguido de morte, para não levantar suspeitas sobre os mandantes.

O juiz de Direito Danniel Gustavo Bomfim, ao analisar o pedido de liberdade de Bezerra, destacou que a prisão do suspeito se justifica pela gravidade do crime e pela garantia da ordem pública.

“Gedeon devia R$ 130 mil a Mazinho Mariano, um dos presos pela Polícia Civil. Mazinho era aliado político de Gedeon, tendo, inclusive, disputado as Eleições 2020 como candidato a vice na chapa do ex-prefeito. Em fevereiro de 2021, três meses antes de Gedeon ser assassinado a tiros em Rio Branco, Mazinho entrou com uma ação monitória na Justiça contra o ex-prefeito e a mulher dele, Maria Lúcia Dias da Silva Barros.

O advogado de Mazinho afirmou que seu cliente é inocente e que colaborou com as investigações desde o início, apresentando dados bancários e telefônicos solicitados pela polícia. A defesa alega que a prisão de Mazinho é injusta e que vão provar sua inocência.