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Acusados de tentar dar golpe de Estado na Alemanha enfrentam julgamento

Nove indivíduos foram levados a julgamento na Alemanha nesta segunda-feira (29) sob acusações de alta traição, tentativa de assassinato e conspiração para um golpe de Estado violento, visando instalar um aristocrata como líder nacional e impor a lei marcial.

A audiência, realizada em um tribunal de segurança máxima em Stuttgart, marca o início de três julgamentos envolvendo um total de 27 pessoas acusadas de conspirar em um plano que foi frustrado pelas autoridades no final de 2022. Este processo representa um dos maiores na história jurídica da Alemanha.

O julgamento desta segunda-feira foca em nove suspeitos ligados ao grupo Reichsbuerger (Cidadãos do Reich), que supostamente planejavam impor uma lei marcial rigorosa à Alemanha após a realização de um golpe.

O serviço de inteligência doméstica do país, Verfassungsschutz, passou a monitorar os Reichsbuergers em 2016. Este grupo, que afirma ter cerca de 21 mil membros e não reconhece a Alemanha moderna como um Estado legítimo, tem sido objeto de preocupação devido às suas atividades e ideologias extremistas.

Os líderes políticos do grupo, incluindo o investidor imobiliário Heinrich XIII Prinz Reuss, descendente de uma dinastia, enfrentarão o tribunal em Frankfurt no próximo mês, enquanto outro grupo de suspeitos, incluindo um astrólogo, será julgado em junho em Munique.

Segundo os promotores, o planejamento meticuloso dos suspeitos e a posse de armas de fogo e grande quantidade de dinheiro indicam um perigo real.

Até o momento, não foi possível contatar os suspeitos ou seus advogados para obter um posicionamento sobre as acusações.

Um dos acusados que compareceram ao julgamento nesta segunda-feira, referido nos documentos judiciais como Markus L., feriu gravemente um policial ao resistir à prisão, de acordo com os promotores.

Os nove indivíduos acumularam até 500.000 euros em dinheiro, além de 380 armas de fogo, 350 armas brancas e cerca de 148.000 cartuchos de munição.

Os Reichsbuergers tendem a acreditar que são cidadãos de uma Alemanha anterior, geralmente se referindo ao Reich alemão pré-Primeira Guerra Mundial, e consideram que o país foi usurpado pela República Federal atual.

Via CNN Brasil.