ENTRETENIMENTO

Bebê nasce empelicado e pélvico, e fotos dos pezinhos impressionam

Um parto pélvico não é algo tão comum, quando o bebê nasce na posição contrária ao habitual — com que os pés ou as nádegas. E pélvico e empelicado ao mesmo tempo é ainda mais raro! E foi assim que o gêmeo Lucca chegou ao mundo. O bebê, que nasceu primeiro com os pezinhos, saiu da barriga da mãe, a dentista Thaís Prado, 35 anos, de Balneário Camboriú, Santa Catarina, com a bolsa amniótica ainda intacta.

As fotos, registradas pela fotógrafa especializada em parto Bruna Costa (@brunacostafotografias), impressionam. “Quando percebi que todos na sala estavam com seus celulares voltados para minha barriga, soube que algo especial estava acontecendo. Meu marido descreveu como um momento único, uma conexão profunda com Deus, ao ver nosso filho nascendo empelicado”, disse a mãe. A fotógrafa completou: “Parto empelicado é muito raro presenciar. Empelicado e pélvico, então, eu nunca tinha visto. E olha que já foram quase dois mil partos fotografados e essa foi a primeira vez. Foi lindo demais presenciar o bebê saindo, e depois ele dentro da bolsa”.

Thais, que já era mãe de Gabriel, 14 anos, fruto de um relacionamento anterior, disse que o atual marido sempre sonhou em ser pai. “Nos planejamos muito para isso”, disse. “Minha gravidez foi tranquila até o sexto mês, mas como era uma gestação gemelar, vivenciei alguns sintomas diferentes, como contrações e um ganho de peso maior. Além disso, minha barriga cresceu muito mais! (risos)”, conta.

O parto, segundo a mãe, também foi planejado. “Dadas as minhas condições, o médico achou que eu poderia passar das 37 semanas, o que é difícil em uma gestação gemelar. Marcamos a cesariana para o dia 9 de abril, mas cerca de 45 dias antes, começamos a sonhar que seria especial se eles nascessem no dia 04/04/24. Tudo estava indo como o planejado até a noite do dia 4, quando comecei a sentir contrações mais intensas e mandei uma mensagem para o médico, que me aconselhou a ir para a maternidade fazer alguns exames. Com os resultados em mãos, o médico decidiu realizar o parto naquele momento. Quando nosso primeiro filho nasceu e a enfermeira escreveu a data no quadro de informações, percebemos que era o tão sonhado dia 04/04/24. Foi um momento muito especial para nós”, lembra.

“É verdadeiramente indescritível o sentimento que surge. No momento em que você segura esse pequeno ser tão frágil e, ao mesmo tempo, tão cheio de amor, uma conexão única e verdadeira se estabelece”, disse a mãe, sobre o nascimento dos filhos. “Foi um momento em que sentimos claramente a presença de Deus. As fotos e as lembranças desses minutos estarão guardadas para sempre em minha memória e do meu marido”, completou.

Lucca nasceu com bolsa amniótica intacta — Foto: @brunacostafotografias

Mãe e bebês já estão em casa e todos passam bem. “São lindos e estão saudáveis. São tranquilos, dormem bem e raramente choram. Se eu pudesse escrever uma história, com certeza não seria tão bela quanto os momentos que vivemos durante essa gestação gemelar”, finalizou.

Os gêmeos com a mãe — Foto: @brunacostafotografias

Sobre o parto empelicado
Na maioria dos casos, o saco amniótico, também conhecido como bolsa, se rompe durante o trabalho de parto, pouco depois de a mulher sentir as primeiras contrações. Porém, em algumas situações raras, isso não acontece e o bebê nasce ainda envolto pela fina, mas resistente membrana que o manteve imerso em líquido amniótico durante os nove meses de gestação. Os partos que ocorrem dessa maneira são conhecidos como empelicados e estima-se que aconteçam 1 vez a cada 80 mil nascimentos.

Segundo Paola Fasano, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz (SP), os médicos ainda não sabem explicar porque esse tipo de parto ocorre, mas ele não traz nenhum risco, nem para a mãe nem para o filho. Muito pelo contrário, tanto a bolsa quanto o líquido amniótico protegem o bebê das contrações muito fortes do útero, diminuindo os riscos de traumas por meio do canal vaginal.

Os partos empelicados podem ocorrer também durante cesáreas e são desejados pelos médicos quando a mãe tem alguma doença infecciosa, como HIV, pois o saco amniótico impede o contato direto do bebê com o sangue materno. Em diversas culturas e relatos que vêm desde os tempos medievais, nascer dentro do saco amniótico é considerado um sinal de boa sorte para o bebê.

Por Sabrina Ongaratto/ CRESCER