Três vereadores de cidades da região metropolitana de São Paulo e da Baixada Santista foram presos na manhã desta terça-feira (16) durante uma operação do Ministério Público e da Polícia Militar.
O objetivo da ação foi desarticular um grupo criminoso que seria ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e é investigado por fraudes em licitações públicas em várias cidades do estado.
Os vereadores presos são: Flávio Batista de Souza (Podemos), o Inha, de Ferraz de Vasconcelos; Luiz Carlos Alves Dias (MDB), o Luizão Arquiteto, de Santa Isabel; e Ricardo Queixão (Podemos), de Cubatão.
Flávio Batista de Souza, 58 anos, é comerciante do ramo imobiliário e exerce seu segundo mandato seguido como vereador em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
Conhecido pelo apelido Inha, o político foi o candidato mais votado ao Legislativo da cidade na última eleição, em 2020, tendo recebido 1.843 votos. Foi eleito pelo Podemos, mas já foi filiado ao PTB, PSB e PL.
Inha foi vice-prefeito de Ferraz de Vasconcelos entre 2009 e 2012. Além disso, já foi secretário municipal de Esportes e de Transportes e Mobilidade Urbana. Foi presidente da Câmara Municipal por duas vezes, entre 2003 e 2004 e entre 2017 e 2018.
Na última eleição, Inha declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter um patrimônio de R$ 300 mil.
Conhecido como Luizão Arquiteto, Luiz Carlos Alves Dias tem 49 anos e nasceu no interior do Mato Grosso do Sul.
Atualmente no MDB, Luizão arquiteto está em seu terceiro mandato como vereador em Santa Isabel, também na Grande São Paulo. Na eleição de 2020, foi eleito pelo PL com 539 votos. Em 2016 e 2012, foi eleito pelo PR –sigla que, em 2019, mudou o nome para PL.
Em 2020, declarou ao TSE que seu patrimônio somava R$ 312,5 mil.
Luizão Arquiteto foi presidente da Câmara Municipal por três vezes e atualmente se apresentava em suas redes sociais como pré-candidato a prefeito de Santa Isabel pelo MDB.
Nascido em Guaçuí (ES), Ricardo de Oliveira, o Ricardo Queixão, tem 47 anos e está em seu terceiro mandato como vereador em Cubatão, na Baixada Santista.
Queixão se filiou ao PSD em março deste ano. Antes, estava no PSDB, partido pelo qual foi eleito em 2020, quando recebeu 1031 votos. Antes, também foi filiado ao PDT e ao PMDB.
Segundo o site da Câmara Municipal de Cubatão, Queixão é presidente da comissão de Educação, Cultura e Assistência Social. No ano passado, presidiu a comissão de Obras e Serviços Públicos da Casa.
Em 2020, declarou ao TSE que era proprietário de uma casa no valor de R$ 90 mil.
A CNN tenta contato com representantes dos três vereadores, mas ainda não obteve resposta.
O PSD, partido de Ricardo Queixão, afirmou por meio de nota que está “acompanhando” as apurações e “não compactua” com desvios de conduta. “O partido adotará, se necessário, punições exemplares cabíveis, de acordo com as conclusões dessas apurações e do devido processo legal”.
A executiva municipal do Podemos de Ferraz de Vasconcelos, partido do vereador Inha, disse que apoia “toda e qualquer investigação” de combate ao crime organizado e “acompanha” os desdobramentos da operação de hoje para que, garantido o direito de defesa, venha a tomar medidas institucionais.
O MDB, partido de Luizão Arquiteto, ressaltou que o vereador foi eleito pelo PL e se filiou ao MDB na última semana. “O partido apoia o avanço das investigações, por isso decidiu suspender a filiação de forma cautelar”, disse a sigla.
A Câmara Municipal de Cubatão informou, em nota, que tomou ciência da referida operação e que está colaborando com as equipes de investigação, fornecendo todos os documentos solicitados pelas autoridades.
(Com informações de Pedro Venceslau)