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Rio Branco registra sete casos confirmados de leptospirose em quatro meses, com uma fatalidade

Desde janeiro até abril,  Rio Branco Acre notificou 274 casos de leptospirose, dos quais sete foram confirmados, resultando em uma morte, de acordo com dados fornecidos pela Vigilância em Saúde da capital acreana.

Durante períodos de enchentes e inundações, como as ocorridas no Acre em 2024, a urina de ratos, presente em esgotos, se mistura com a água da enchente e a lama, aumentando o risco de contaminação por leptospirose, principalmente através do contato com a pele ferida.

A diretora de Vigilância em Saúde de Rio Branco, Socorro Martins, enfatizou que aproximadamente 200 casos ainda estão em fase de investigação.

“O número de casos aumentou significativamente neste período. Acredito que não tenha sido maior devido às medidas adotadas pela prefeitura, como a distribuição de kits de limpeza e a orientação dos agentes de saúde nas residências. Ainda estamos investigando mais de 200 casos”, ressaltou.

Um morador da Baixada da Sobral, Cristiano Cruz, contraiu a doença enquanto auxiliava vizinhos a retirarem seus pertences de casa durante as inundações em março. Apesar de ter sido internado, não resistiu e veio a óbito.

Os sintomas característicos da leptospirose incluem febre, dor de cabeça e dores na panturrilha, sendo a urina de ratos a principal causa da doença. A infectologista Cirley Lobato explicou que o tratamento varia de acordo com a gravidade do quadro.

“Aqueles com casos leves podem ser tratados ambulatorialmente com antibióticos adequados, enquanto os casos graves exigem hospitalização. O tratamento inclui suporte clínico e administração de antibióticos para eliminar a bactéria”, esclareceu.

Em menos de três meses, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) notificou 235 casos suspeitos de leptospirose, sendo 150 registrados entre janeiro e fevereiro, antes da enchente histórica de 2024. Outros 85 casos foram notificados após a inundação.

A secretária adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Silva, informou que estão aguardando os resultados de 23 amostras enviadas para análise, enquanto aproximadamente 198 casos foram descartados.

“Até o momento, temos apenas um caso confirmado após a enchente, ocorrido em Cruzeiro do Sul. As amostras que estamos aguardando estão concentradas em áreas como Jordão, Rio Branco e Brasiléia”, destacou.

Ana Cristina reforçou a importância de evitar o contato com águas contaminadas durante a limpeza das casas afetadas pela enchente, recomendando o uso de botas e luvas. Ela também aconselhou qualquer pessoa que apresente sintomas como febre e dores no corpo, especialmente nas panturrilhas, a procurar imediatamente uma unidade de saúde.

Durante o período pós-enchente, equipes de saúde estão realizando visitas domiciliares para orientar a população sobre os riscos e medidas preventivas, incluindo a distribuição de hipoclorito e o incentivo ao uso de proteção durante a limpeza e o contato com água contaminada.

A leptospirose é transmitida principalmente pela urina de ratos e pode penetrar no corpo através da pele, especialmente se houver ferimentos. Os sintomas mais comuns incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo e icterícia.