Ele explicou que em Canelas a situação está tranquila, mas que semana passada o população ficou sem energia elétrica durante dois dias. Atualmente, há problemas com o abastecimento de água e com o sinal de internet que oscila muito.
“Tenho uma agência de turismo em Canela e usei as redes sociais para arrecadar recursos para comprar produtos de limpeza, que é o principal usado. A dificuldade é com a limpeza, tem vindo bastante comida, bastante lanche e agora precisamos de ajuda com produtos de limpeza e higiene pessoal. Precisamos de ração para animais, leite zero lactose. Fui em uma casa que tem uma criança doente porque está tomando leite com lactose”, acrescentou.
Alexandre Chalub ajuda moradores com kits de produtos de limpeza e de higiene pessoal — Foto: Reprodução
Os kits de limpeza são distribuídos para moradores que vivem em áreas onde a água já baixou. Contudo, Alexandre tem encontrado dificuldades para comprar produtos básicos como rodo, pasta dente e até vassoura.
“Fui em Florianópolis, em um atacadão, e consegui comprar muita coisa. O mercado local está praticamente zerado. Montamos kits de higiene pessoal e de produtos de limpeza e faltaram vassouras. Estamos com dificuldades de arrumar pasta de dente, escova de dente, não conseguimos comprar rodo para entregar”, contou.
A consultora de negócios Simone Chalub vive no bairro Vila Schell, um dos que ficam localizados logo na entrada da cidade de Três Coroas. A área em que ela vive não foi afetadas pela enchente dos rios, contudo, uma amiga não teve a mesma sorte e perdeu quase tudo.
“O rio passa no meio da cidade e, assim, está destruída, cenário de filme de terror mesmo. Muitas indústrias perderam tudo, todo o nosso comércio foi afetado, todo o Centro da cidade foi comprometido. Famílias perderam tudo, pessoas morreram. Ontem mesmo foram encontrados os corpos de duas crianças, 10 e 6 anos, que depois que a água baixou agora que vieram à tona”, lamentou.
Durante o fim de semana, Simone e outros voluntários se mobilizaram para ajudar os moradores afetados a limparem as casas após as águas baixarem,“ diz.
E aqui é assim, não tem uma pessoa específica, não vamos só na casa de quem conhecemos. A gente entra na casa, pega um rodo, a vassoura e começa a limpar. Temos uma pessoa, uma senhorinha que é a mãe de um amigo, que mora sozinha, e a cadelinha dela acordou ela no meio da madrugada, porque ela toma remédio controlado, e acordou por causa do barulho e a água estava subindo. Se tivesse seguido dormindo teria morrido”, relembrou.
Nessa quarta (8), Simone contou que voltou a chover na cidade e acabou a energia. “Estamos assim, uma hora acaba a água, uma hora falta energia. Voltei a trabalhar, mas no final de semana volto a ajudar, passei o final de semana todo comprometido ajudando minha amiga e uma outra casa que a gente foi. Tem um ginásio municipal aqui onde a população se voluntariou para separar as doações. Quando a gente está limpando as casas, pessoas de outras cidades passam de carro fornecendo lanche, produtos de limpeza, acolhimento, oferecendo para entrar para ajudar. Aqui ninguém fica de braço cruzado não”, ressaltou.