Uma era chegou ao fim no Corinthians nesta sexta-feira. Após mais de 12 anos, 712 partidas e nove títulos conquistados, o goleiro Cássio acertou sua rescisão contratual e está fora do clube. Ele será anunciado em breve como jogador do Cruzeiro.
– Foi bom para os dois lados – disse o presidente do Corinthians, nesta sexta, na saída do CT Joaquim Grava.
O rompimento do vínculo será assinado nas próximas horas. Ainda não foram revelados detalhes de como a rescisão foi acertada.
Nos últimos dias, o jogador e os empresários dele comunicaram ao Corinthians o desejo de sair. O presidente Augusto Melo tentou demovê-lo da ideia, mas ele se mostrou irredutível.
O clube estima que a saída do goleiro vai representar uma economia de cerca de R$ 6 milhões até o fim do ano, entre salários e outros encargos. Ele deve receber homenagens do Timão nos próximos dias.
O Corinthians ofereceu prorrogar o vínculo do jogador até 2026, mas nem isso o seduziu. Cássio reforçou que a intenção de sair não tem relação com aspectos financeiros ou contratuais.
Como líder do elenco, Cássio vinha sendo uma espécie de escudo para os demais atletas em momentos críticos – o que tem sido rotina nas últimas temporadas.
Com a saída de outros líderes recentes, como Gil e Renato Augusto, além da aposentadoria de Fábio Santos, ele passou a ser ainda mais exigido em 2024.
O jogador vinha dando sinais de esgotamento nas últimas semanas. Depois de cometer algumas falhas e desabafar publicamente sobre o momento que vinha atravessando, o goleiro foi reserva nas últimas seis partidas, perdendo a posição para Carlos Miguel.
– Se eu estiver atrapalhando o Corinthians, se não estiver agradando… Para mim está muito difícil também. Tudo de errado que acontece no Corinthians sobra para mim. O time leva gol e a culpa é do Cássio. Toma um gol de pênalti e a culpa é do Cássio – desabafou o goleiro, há três semanas.
Atualmente com 36 anos, Cássio pensa em jogar mais três ou quatro temporadas.
Cássio foi contratado pelo Corinthians no fim de 2011 quase como um desconhecido depois de ter sido revelado pelo Grêmio e passado pelo PSV, da Holanda.
Ele assumiu a vaga de titular, antes ocupada por Julio Cesar, para as oitavas de final da Conmebol Libertadores de 2012, contra o Emelec, no Equador. Desde então, se transformou em um dos maiores nomes da história do Corinthians.
Foram 712 jogos, número que o coloca como o segundo com mais partidas com a camisa alvinegra, atrás apenas do ex-lateral-esquerdo Wladimir, com 806.
Neste período, o goleiro fez parte de uma das era mais vitoriosas do Timão, culminando com as conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes, ambos em 2012. Além deles, também venceu quatro Paulistas (2013, 2017, 2018 e 2019), dois Brasileiros (2015 e 2017) e uma Recopa Sul-Americana (2013). Também chegou à Seleção como terceiro goleiro na Copa do Mundo de 2018.
Por G1