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Manifestantes invadem DCE em protesto contra fechamento de RU e suspensão de bolsas; Ufac repudia

Manifestantes invadiram a sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Acre (Ufac) na tarde desta quinta-feira (2) em protesto contra o fechamento do Restaurante Universitário (RU) e a suspensão de bolsas durante a greve de técnicos administrativos e professores da instituição. A reitoria da universidade divulgou uma nota de repúdio à ação.

Imagens feitas pelos próprios manifestantes mostram o momento em que eles ocupam o local. Eles aparecem com instrumentos musicais, conversando e ouvindo música nas salas. “Tomamos! Engole seco, viu!?”, diz um dos participantes do protesto. Na manhã desta sexta-feira (3), o local já havia sido desocupado.

Após a situação, a reitoria da Ufac divulgou nota repudiando o movimento e classificando o protesto como afronta aos princípios democráticos, à liberdade de expressão, e a organizações e instituições legitimamente constituídas.

“Serão adotadas todas as medidas necessárias para impedir que maiores danos sejam causados a toda comunidade acadêmica e para que se restabeleça a segurança do DCE. Por fim, reafirmamos nosso respeito incondicional aos princípios do Estado Democrático de Direito, à construção de diálogos propositivos, ao movimento estudantil e ao direito à livre manifestação pacífica”, diz o texto.

A universidade não citou possíveis danos causados pelo ato, nem confirmou que equipamentos foram levados do local, mas disse que vai reforçar a segurança na sede do DCE.

O movimento Ocupação Estudantil anunciou desde a quarta-feira (1) um movimento de ocupação do hall da reitoria da Ufac e do DCE alegando falta de diálogo, porém, sem citar que haveria ocupação da sede da entidade estudantil. Em uma série de publicações, o grupo atribuiu à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes) a decisão de não renovar bolsas estudantis e fechar o restaurante universitário durante o período de greve. Segundo o movimento, as decisões foram tomadas sem consulta ao comando de greve.

O DCE divulgou nota repudiando o que classificou como “atos de protesto e desordem” e informou que materiais de consumo e equipamentos foram levados do local.

“A sede do DCE, com recursos de terceiros (Sindcol), lista do passe livre, documentos dos estudantes, material de renovação dos cartões cedidos pela OCA e toda sua estrutura operacional, acabou de ser tomada por militantes da união da juventude comunista e outros movimentos, que sem motivo plausível, optaram por fazer uma intervenção num espaço que nunca deixou de ser ocupado pelos estudantes”, afirma a publicação.

Ainda segundo o diretório, foram tomadas medidas administrativas contra o grupo, e o início da recarga de cartões de ônibus precisou ser adiado para esta sexta.

“O Diretório reafirma seu apoio a todos os estudantes e sua luta por uma universidade pública, gratuita, igualitária e socialmente referenciada, bem como, o apoio a greve dos técnicos e docentes”, acrescentou a gestão.

DCE não estava em funcionamento no momento da invasão, segundo os manifestantes — Foto: Reprodução

Demandas

Após a entrada no DCE, o movimento voltou a publicar nota na qual nega danos no local. Ainda de acordo com o grupo, a decisão de entrar no local foi tomada novamente por conta da falta de diálogo.

“Continuamos afirmando que a ocupação faz parte do nosso processo, haja em vista que não houve danos materiais e a ocupação no espaço do DCE ocorreu devido à ausência de representantes do diretório durante as últimas articulações”, diz.

Os manifestantes alegam ainda que chegaram ao local às 17h, horário em que o atendimento no DCE ainda deveria ocorrer, mas não estava sendo feito naquele dia, segundo o grupo.

“É importante frisar que não são os estudantes que estão de greve, mas sim os docentes, os técnicos em seu pleno direito constitucional. Com isso, não existe nenhuma justificativa para o DCE se ausentar de seu horário de serviço, já que os estudantes continuam com atividades fora da sala de aula, como laboratórios de pesquisa e outras atividades de extensão”, acrescenta.

Sobre as demandas do protesto, a Ufac já havia divulgado, ainda na quinta-feira, que a decisão de frechar o restaurante visa evitar o desperdício de alimentos, mas que será feito o pagamento de auxílio alimentação emergencial. Além, disso, segundo a Proaes, as bolsas estudantis serão renovadas por 30 dias.

“Outras medidas de apoio aos estudantes, em situação de vulnerabilidade socioeconômica, serão avaliadas sempre em diálogo permanente com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) que, em comum acordo com a Administração, em reunião realizada na manhã da última sexta-feira, 26 de abril, decidiu pela continuidade das tratativas com os comandos de greve de TAEs e Docentes para que novos editais sejam publicados”, acrescentou a Ufac.

Por G1 Ac