ECONOMIA

Acre supera Pará e produz a castanha-do-Brasil mais nutritiva do país

Estado foi líder na produção de castanha na Região Norte/Foto: Marcos Vicentti.

A Castanha-do-Brasil, reconhecida como a oleaginosa mais rica em selênio, tem sido o foco de inúmeras pesquisas por universidades brasileiras e internacionais devido aos seus inúmeros benefícios para a saúde. Um estudo recente da Universidade de São Paulo demonstrou que o selênio presente na castanha pode ajudar pacientes com comprometimento cognitivo leve e prevenir doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.

Uma reportagem do Estadão revelou que uma única castanha-do-brasil pode fornecer entre 200 a 400 microgramas de selênio, muito mais do que as 55 microgramas recomendadas diariamente para um adulto. O nutricionista Vanderlí Machiori explicou que a concentração de selênio na castanha varia de acordo com o estado de origem, e atualmente, o Acre possui o solo mais rico em selênio, superando o Pará.

O selênio é um mineral essencial para a saúde do cérebro e do sistema nervoso central. Além disso, Machiori destacou que a castanha-do-brasil é benéfica para a saúde do coração, pois contém gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas que ajudam a prevenir a deposição de mau colesterol nas artérias.

No final de 2023, o 4º capítulo do Boletim de Conjuntura Econômica revelou que o Acre acumulou uma renda de mais de R$ 128 milhões com as negociações de Castanha-do-Brasil entre 2020 e 2022, tornando-se o estado líder na Região Norte. O Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) divulgaram dados mostrando que a produção extrativa de Castanha-do-Brasil no Acre acumulou um valor de R$ 405,9 milhões no mesmo período.

Dados de produção

Pesquisadores analisaram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Embrapa sobre a produção de Castanha-do-Brasil na Amazônia Legal, região que compreende os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins, representando 60% do território nacional. A produção média anual da extração de castanha-do-brasil gerou uma renda de R$ 135,3 milhões na Amazônia Legal, com o Acre contribuindo com R$ 42,8 milhões por ano.

Nos últimos três anos, o Acre produziu mais de 8,2 mil toneladas de castanha-do-brasil, totalizando 24,8 mil toneladas. O estado é vice-líder na produção do produto, ficando atrás apenas do Amazonas, que produz 12,5 mil toneladas anualmente. Na Amazônia Legal, a média anual de produção foi de 34,6 mil toneladas.

O Acre não apenas lidera em produção na Região Norte, mas também se destaca pela qualidade de sua castanha-do-brasil, que é a mais rica em selênio do país.