Após uma série de atrasos que adiaram o lançamento da primeira espaçonave comercial tripulada da Boeing em até um mês, os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams conseguiram chegar à estação espacial internacional (ISS) apenas no dia 6 de junho. A previsão inicial era ficar de oito a dez dias por lá. No entanto, o retorno foi adiado novamente, informou o portal Business Insider.
Quando bateu 12 dias da chegada da tripulação no ‘laboratório’ que está na órbita da Terra há 25 anos, a Boeing anunciou que a volta ao porto espacial White Sands Space Harbor, no Novo México, havia sido adiada para 26 de junho.
Em comunicado da NASA e da Boeing na sexta-feira (21), a empresa de aviação disse que o adiamento foi necessário para avaliar problemas a bordo, logo após cinco vazamentos de hélio terem sido detectados. O gás suporta os propulsores do sistema de controle de reação da espaçonave, os disparando.
Outro motivo seria garantir mais tempo no espaço: “Os gerentes da missão estão avaliando futuras oportunidades de retorno após as duas caminhadas espaciais planejadas da estação na segunda-feira, 24 de junho, e na terça-feira, 2 de julho”, comunicou a Boeing, que não informou a nova data do fim da missão dos astronautas.
“Estamos demorando e seguindo nosso processo padrão de equipe de gerenciamento de missão”, destacou Steve Stich, gerente do Programa de Tripulação Comercial da NASA. Ainda segundo o comunicado, a tripulação “não estava com pressa para deixar a estação”, pois havia “muitos suprimentos em órbita”.
Em 2014, a NASA selecionou apenas a Boeing e a SpaceX para explorar o transporte espacial comercial, e esta foi a primeira vez que a empresa de aviação enviou de fato uma espaçonave tripulada — a Starliner. Já o negócio de Elon Musk envia astronautas ao espaço desde 2020. A viagem para a estação espacial não é a primeira vez de Williams ou Wilmore: em 1998, Willliams passou um total de 322 dias em uma missão, e Wilmore, que é astronauta da NASA desde 2000, um total de 178 dias.
Passando por uma crise no setor, a Boeing tem sido atormentada por problemas com aviões nos últimos meses. Em janeiro, um tampão de porta de um jato Boeing 737 Max 9 Alaska Airlines se soltou no ar, resultando em um buraco na aeronave. Desde então, relatos alegam que a empresa economizou no controle de qualidade. Antes do lançamento do Starliner, Musk disse no X que a Boeing estava sobrecarregada por “muitos gerentes não técnicos”.