ECONOMIA

Previsão da safra 2024: produção de milho no Acre deve cair 19,5 mil toneladas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 13 a previsão de maio para a safra de 2024. De acordo com os dados, a safra acreana de cereais, leguminosas e oleaginosas (incluindo arroz, feijão, milho, soja e amendoim) deverá atingir 188,6 mil toneladas, uma redução de 2% em comparação com a safra do ano passado, que foi de 192,4 mil toneladas.

No cenário nacional, a safra brasileira de cereais está projetada para alcançar 296,8 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 5,9% ou 18,6 milhões de toneladas em relação à safra de 2023, que totalizou 315,4 milhões de toneladas.

Desempenho dos produtos no Acre

No Acre, apenas o arroz e a soja estão previstos para ter um aumento na produção, com elevações de 1,5% e 34,1%, respectivamente. Os demais produtos agrícolas significativos do estado, como banana, café, cana-de-açúcar, fumo, laranja e mandioca, deverão enfrentar uma queda média de 4,2% na produção. As maiores reduções são esperadas para o fumo, com uma queda de 66,4%, e a mandioca, com uma diminuição de 5,6%. A laranja é a única exceção, com uma previsão de ligeiro aumento de 0,6%.

Quedas na produção de milho e café

As quedas nas estimativas de produção de milho e café são os destaques negativos neste cenário. Para o café, espera-se uma produção 87 toneladas menor que no ano passado. Em contrapartida, a produção nacional de café segue em bom ritmo, conforme o Boletim de Conjuntura da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) de 17 de junho. A colheita da safra 2024 no Brasil deve alcançar 58,8 milhões de sacas de 60 kg, um aumento de 6,8% em comparação com 2023, favorecida pelo clima seco.

Para o milho, um produto em que o Acre é competitivo, a previsão é de uma produção 19,5 mil toneladas menor que a safra passada. A principal causa dessa redução é a queda dos preços internacionais do produto. Segundo a CONAB, a excelente colheita da segunda safra do grão no Brasil e a evolução positiva da safra norte-americana têm limitado a recuperação dos preços, afetando a rentabilidade.

Competitividade dos produtos acreanos

Comparando-se os rendimentos médios (quilogramas por hectare) previstos para o Brasil e o Acre, a mandioca, a soja e o café se destacam no Acre. A mandioca deverá ter um rendimento médio 49,2% maior que o do Brasil, a soja 7,5% maior e o café um rendimento similar ao brasileiro. No entanto, o milho da segunda safra e a banana apresentam rendimentos médios abaixo dos previstos para o Brasil, com 21,5% e 17,2% menores, respectivamente. Com um avanço tecnológico, há potencial para melhorar a competitividade desses produtos.

A variação anual da produção agrícola é influenciada principalmente pelo comportamento dos preços. A queda na produção de milho, fortemente afetada pelos preços internacionais, é um reflexo dessa sazonalidade. É importante prestar atenção às contínuas quedas na produção de mandioca, um produto de alto rendimento no Acre e fundamental para a produção familiar, que domina o setor agrícola local.