SENA MADUREIRA

Comerciante relembra desafios na compra de carne bovina em Sena Madureira décadas atrás

Edgar Matos/Foto: ContilNet

Em décadas passadas, adquirir carne bovina em Sena Madureira era uma verdadeira saga, muito distante da realidade atual onde açougues são encontrados em quase todos os bairros da cidade. Segundo relatos dos mais antigos, conseguir um simples quilo de carne significava enfrentar longas filas, às vezes até passando a noite inteira na espera.

Fundada em 1904 no vale do Iaco, Sena Madureira inicialmente tinha apenas um mercado e a pecuária não era uma atividade dominante na região. Edgar Matos, comerciante de 75 anos, relembra vividamente esses tempos difíceis, onde frequentemente precisava passar noites inteiras na fila em busca de carne bovina. “A gente saía de casa de madrugada e ficava lá esperando até o sol nascer. Muitas vezes, voltava para casa de mãos vazias”, conta.

Outros moradores também recordam a escassez e a competição desigual por carne. “Aqueles com mais dinheiro furavam a fila e enchiam suas sacolas, enquanto o resto de nós ficava sem”, lamenta outro morador.

Edgar, que também trabalhou como açougueiro, lembra da dificuldade em encontrar bois para comprar, especialmente quando a estrada entre Sena Madureira e Rio Branco ainda era de barro. “Lembro-me de caminhar até Rio Branco para comprar gado e trazê-lo para o açougue de Sena Madureira. Era um tempo de muito sofrimento, mas éramos jovens e conseguimos cumprir nossa missão”, relembra.

Inicialmente, a economia de Sena Madureira dependia principalmente da produção de borracha. Somente após a desvalorização deste produto é que a pecuária começou a se destacar na região.

Hoje, a cidade possui um frigorífico próprio e uma rede de açougues espalhados pelos bairros, alguns oferecendo até entrega de carne diretamente na casa do cliente. Esse desenvolvimento contrasta fortemente com os desafios enfrentados pelas gerações passadas em busca de alimentos básicos.

Por ContilNet