Por meio do Departamento de Educação Escolar Indígena, a Secretaria de Educação e Cultura (SEE) iniciou nesta quarta-feira, 24, a formação continuada intercultural indígena. A formação terá duração de 120 h e é realizada no auditório da própria secretaria.
Participaram da abertura do evento o secretário adjunto de Ensino, Tião Flores; a titular da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi), Francisca Oliveira; o chefe do Departamento de Educação Escolar Indígena, Charles Falcão; a coordenadora da organização dos professores indígenas, Edileuda Shanenawa; e o professor da Ufac, Gilberto Dalmolin.
De acordo com o chefe de departamento Charles Falcão, trata-se de uma formação voltada para os professores da rede estadual de ensino que já têm uma licenciatura, e nela serão discutidos três temas: metodologia de alfabetização, metodologia de segunda língua e currículo intercultural.
“É importante ressaltar que a gente está retomando as grandes formações na secretaria. As jornadas pedagógicas a gente já realiza todos os anos e essa formação tem o caráter de ampliar esse processo. Vamos ficar entre 10 e 12 dias trabalhando esses temas, que são pertinentes à educação escolar indígena, pois envolvem toda uma construção de um processo educacional”, afirmou.
Ele informa que na maioria das escolas indígenas a alfabetização é bilíngue. Da formação, segundo Charles, participam 96 professores. “São professores de 12 municípios e eles serão multiplicadores de um processo que a gente está iniciando agora”, explica.
Apenas professores de Sena Madureira e Rodrigues Alves não participam da formação continuada porque eles, em janeiro do ano que vem, participarão de uma formação especificamente voltada para o magistério.
“Temos sido cobrados pelo retorno dessas formações e hoje estamos retomando, sem falar nos investimentos que o governo está fazendo em mais de 30 escolas, algumas em construção, outras em conclusão e outras em licitação”, disse o secretário adjunto Tião Flores.
A secretária Extraordinária dos Povos Indígenas, Francisca Oliveira, destacou o trabalho das instituições e lembrou que, antes, para ter acesso à educação era necessário se tornar “branco”. “Hoje, vemos resultados. Somos professores e estamos ocupando os espaços e vamos dar continuidade à política educacional indígena”, frisou.
O representante de Feijó, professor Aldenir Nunes de Matos, do povo Huni-kui, destacou a importância da formação continuada como parte do processo educacional para aprimorar o conhecimento.
“É de suma importância para aprimorar os conhecimentos aos professores, no que diz respeito ao ensino-aprendizagem e no trabalho em sala de aula, seja para o nosso povo, para os Shanenawa ou para os Madijas, contribui para um ensino melhor e de qualidade”, afirma.
Para o professor Jaime Manchineri, de Assis Brasil, a formação também irá trazer mais conhecimentos, que serão multiplicados nas aldeias. “Teremos mais conhecimento em sala de aula, também fora dela, nas comunidades, e vamos levar isso para o povo Manchineri”, disse.
Via Secom