O inverno começou atípico em grande parte do Brasil, com clima instável, altas temperaturas e chuvas volumosas concentradas nos extremos do país, como no extremo norte da região Norte, no leste do Nordeste e no Rio Grande do Sul, mas julho será diferente. O mês será o mais frio do ano. Confira a previsão completa!
Segundo o MetSul, a frente fria deve chegar depois de uma sequência de temperaturas “muito acima da média”, como vem acontecendo em junho. Apesar da chuva aumente em alguns pontos do Brasil, o inverno é caracterizado por um clima mais seco, o que será observado em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, além do sul da Região Norte, o interior da Região Nordeste e o oeste da Região Sul.
Apesar da estação ser de fato o período mais seco e de menores acumulados de chuva em grande parte do Brasil, principalmente na porção central, a estiagem chegou de forma antecipada e intensa em partes do Brasil, como é o caso da região do Pantanal e também partes da Amazônia, que já registram níveis baixos em seus principais rios e um aumento das queimadas, em um nível superior ao que é esperado para essa época.
Com o fim de um longo período de El Niño, as médias altas de temperatura do último ano deve diminuir a partir dos próximos meses. “Tivemos 12 meses seguidos com recordes de temperaturas globais junto com a condição do El Niño. O momento de transição climática em direção a La Niña, faz com que ainda tenhamos temperaturas acima das média históricas”, explica o meteorologista Willians Bini.
As chuvas devem ficar acima da média na região Norte e em áreas pontuais do leste das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, sul da Região Norte, interior da Região Nordeste e oeste da Região Sul, é previsto chuva próxima e abaixo da média climatológica, informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Segundo o Inmet, há previsão de tempo quente e seco para as primeiras semanas do mês no Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo, uma frente fria pode avanças e provocar chuvas, principalmente no litoral paulista. A previsão também indica chuvas fracas no sul do Mato Grosso do Sul. Em regiões como o norte de Goiás, as temperaturas devem ficar dentro ou ligeiramente abaixo da média, entre 20°C e 22°C.
A redução da chuva em grande parte do Brasil nesta época do ano é devido à persistência de massas de ar seco, que ocasiona a diminuição da umidade relativa do ar, que consequentemente, favorece o aumento da incidência de queimadas e incêndios florestais, além do aumento do risco de doenças respiratórias.
Em regiões altas do Sudeste devem ser registradas geadas provocadas por massas de ar frio comuns no mês.
A perspectiva para a região Sul em julho é de chuvas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no centro-sul do Paraná, além de ventos fortes e queda de granizo.
A região vai ter anomalias positivas nas chuvas durante o mês, ou seja, ter entrada de umidade maior do que o comum para o inverno. A região da Serra Gaúcha pode receber 60 milímetros de águas acima da média.
Em relação às chuvas, a previsão no Nordeste é de redução das precipitações em grande parte da região, algo comum para julho. As temperaturas devem ser amenas, um pouco abaixo da média para o mês, entre 20°C e 22°C. O Nordeste teve um junho uma série de instabilidades e temporais causados por massas de umidade que infiltraram o litoral nordestino.
As chuvas devem ficar acima da média na região Norte, as próximas semanas serão de pancadas de chuvas, ocasionadas pela combinação do calor e alta umidade. Serão afetadas áreas do noroeste do Amazonas e do Pará, e os estados de Roraima e Amapá. A área está desde o mês de junho sob o efeito da Zona de Convergência Intertropical, que aumenta os índices pluviométricos em regiões equatoriais.
O sul do Norte segue a tendência do Centro-Oeste, com poucas chuvas e temperaturas altas, onde as temperaturas médias poderão ultrapassar os 26ºC.
Com previsão de redução da chuva em grande parte do Brasil, deve haver a redução dos níveis de umidade no solo, principalmente no Matopiba (área que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e regiões Centro-Oeste e Sudeste, além do centro-norte do Paraná.
A atenção deve ser para a previsão de chuva acima da média em áreas do leste da Região Sul, principalmente o nordeste do Rio Grande do Sul, que vem sendo atingido por fortes chuvas nos últimos meses, e que ainda poderão dificultar a semeadura do trigo.
Por Luiz Eduardo Minervino/Globorural