Carlos Alberto Torres, o ex-lateral-direito que ergueu a taça Jules Rimet como capitão da seleção brasileira tricampeã mundial em 1970, completaria 80 anos nesta quarta-feira.
Em 1982, quando eu era estagiário no Jornal dos Sports, tive a honra de conhecer Carlos Alberto Torres. Na época, eu cobria o campeonato de juniores do Rio de Janeiro e fui à sede do Fluminense, onde seu filho Alexandre Torres era destaque como meio-campo. Para minha surpresa, encontrei o próprio Capita.
Carlos Alberto também tinha registro profissional de jornalista e escrevia uma coluna no Jornal dos Sports, o que facilitou nossa conversa e iniciou uma amizade. Sua acessibilidade tornava fácil ser amigo dele, e ele era idolatrado mundialmente. Um exemplo disso foi um programa de TV que reuniu capitães de seleções, que só participaram porque ele estava presente.
Carlos Alberto é o único capitão de uma seleção campeã mundial a marcar um gol na final do torneio. Ele fez o último gol do Brasil na vitória por 4 a 1 sobre a Itália na final da Copa de 1970, completando um passe de Pelé.
Para muitas publicações, ele é considerado um dos melhores laterais-direitos de todos os tempos, mas essa comparação é injusta. Ele era o Carlos Alberto, ou Capita, único em sua capacidade dentro e fora de campo. Ser o capitão de uma seleção com Pelé, Rivellino, Gérson, e outros líderes não era tarefa fácil.
Nascido no Rio de Janeiro em 17 de julho de 1944, Carlos Alberto foi revelado pelo Fluminense, jogou no grande time do Santos nos anos 60, e na Máquina Tricolor nos anos 70. Entre essas passagens, destacou-se na Copa de 1970. Nos Estados Unidos, jogou pelo Cosmos, onde Pelé também atuava, e foi peça fundamental na equipe.
Após se aposentar, tornou-se técnico de futebol. Em 1983, comandou o Flamengo, onde criou a célebre frase “Bigu e mais 10”. O Flamengo foi campeão brasileiro naquele ano, mas seu título mais importante como técnico veio 10 anos depois, com a conquista da Taça Conmebol pelo Botafogo.
Carlos Alberto também foi comentarista na TV Brasil, onde expressava suas opiniões com firmeza. Ele teve uma disputa com o técnico Zagallo devido à não convocação de seu filho Alexandre para a seleção, mas posteriormente fizeram as pazes.
Carlos Alberto Torres deixou um legado inigualável no futebol brasileiro e mundial. Ele é celebrado não apenas por suas habilidades em campo, mas também por seu caráter e contribuições ao esporte. Sua história é um lembrete do quanto o futebol brasileiro já foi grandioso.