ENTRETENIMENTO

Novos geoglifos descobertos na Reserva Extrativista Chico Mendes

Recentemente, dois novos geoglifos milenares foram encontrados na Reserva Extrativista Chico Mendes, no município de Epitaciolândia, graças a um relato de um morador local. A equipe do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) registrou as novas descobertas nos últimos dois dias no “Ramal do Porongaba”.

O analista ambiental Fernando Maia relatou que o primeiro geoglifo foi encontrado na quinta-feira, 25 de julho, após o extrativista Francisco Melo mencionar ter visto uma estrutura peculiar na área florestal. No dia seguinte, com a ajuda de Francisco Melo, a equipe localizou e identificou o geoglifo, que tem a forma de um “D”. Devido ao desmatamento, essa estrutura agora se encontra em um campo aberto.

Ao retornar ao escritório, Fernando Maia usou o Google Maps para investigar a área do geoglifo encontrado e, ao ampliar a imagem, identificou um segundo geoglifo, localizado cerca de 10 km ao norte do primeiro. A equipe registrou essa nova descoberta com o uso de um drone na sexta-feira, 27 de julho.

Segundo Maia, essas novas descobertas enriquecem o acervo arqueológico tanto do estado do Acre quanto da Reserva Extrativista Chico Mendes. A notícia foi recebida com entusiasmo pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Conforme uma publicação de 2022 da Agência de Notícias do Acre, geoglifos são marcas ou estruturas construídas por povos ancestrais que viveram na região que hoje corresponde ao estado do Acre. Esses desenhos no solo possuem formas variadas, como círculos, quadrados, retângulos, pentágonos, octógonos, entre outras, podendo ser simples, compostas, isoladas ou em grupos.

As primeiras fotografias de geoglifos no Acre foram registradas no final do século passado e no início dos anos 2000 por Agenor Mariano, Edison Caetano e Sérgio Vale, compondo atualmente o acervo fotográfico da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Acre. As datações de geoglifos existentes no estado indicam uma idade entre 1500 e 2000 anos, com abandono das construções por volta do ano 1200, cerca de 300 anos antes da chegada dos portugueses ao Brasil.