A maior comunidade de indígenas isolados do mundo, os Mashco Piro, foi avistada recentemente, com imagens divulgadas pela ONG Survival International na última quinta-feira (18). No entanto, o que chamou atenção não foi apenas o avistamento, mas sim a forma e a quantidade de pessoas vistas, levantando preocupações significativas.
Teresa Maya, porta-voz da ONG, explicou que as dezenas de homens caminhando nas margens do Rio Las Piedras, no Peru, podem indicar que as atividades madeireiras na região estão afetando o ecossistema, dificultando a alimentação dos Mashco Piro. “Eles são caçadores-coletores e precisam de grandes áreas de mata para conseguir seu alimento. Portanto, essa reunião de vários grupos pode ser uma forma extrema de procura de alimentos devido ao impacto da extração de madeira no território”, afirmou à BBC.
Além das atividades madeireiras, os Mashco Piro enfrentam ameaças de traficantes de drogas que invadem suas terras para usar como rotas de transporte de entorpecentes. O grupo vive na região fronteiriça entre Peru e Brasil, incluindo o estado do Acre, que dá nome a um dos rios da bacia ocupada por eles.
De acordo com dados do Ministério da Cultura do Peru, aproximadamente 750 indivíduos fazem parte dos Mashco Piro, um dos maiores grupos em isolamento voluntário do mundo. Eles são conhecidos por serem caçadores-coletores e altamente territorialistas, o que leva a conflitos ocasionais.
Em 2011, um grupo de turistas foi atacado por flechas ao adentrar um território dos Mashco Piro, resultando na morte de Nicolás “Shaco” Flores. Em 2015, Leonardo Pérez também morreu devido a complicações após ser ferido por uma flecha. Esses casos sublinham a importância de preservar o espaço dos Mashco Piro e proteger o ambiente em que vivem.