POLITICA

PF investiga participação de Bolsonaro em esquema de desvio de R$ 6,8 milhões em presentes recebidos durante mandato

A Polícia Federal concluiu uma investigação que aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro como participante em um esquema para desviar ou tentar desviar mais de R$ 6,8 milhões em presentes recebidos de países estrangeiros durante seu mandato como presidente do Brasil.

Inicialmente, o relatório mencionava um valor de R$ 25 milhões, mas a PF corrigiu para R$ 6,8 milhões após identificar um erro na redação das conclusões. Segundo o relatório, Bolsonaro e mais 11 pessoas foram indiciadas por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro na semana passada.

A investigação apurou que uma associação criminosa atuava para desviar presentes de alto valor, como esculturas, joias e relógios, recebidos por Bolsonaro ou por comitivas do governo brasileiro em viagens internacionais. Estes itens eram posteriormente vendidos no exterior, e os valores obtidos convertidos em dinheiro em espécie para ingressar no patrimônio pessoal do ex-presidente, utilizando pessoas interpostas para ocultar a origem e propriedade dos recursos.

O relatório, que tem 476 páginas, foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) e teve seu sigilo levantado pelo ministro Alexandre de Moraes. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se arquiva o caso ou denuncia os indiciados, podendo também solicitar novas provas.

A defesa de Jair Bolsonaro negou qualquer ingerência sobre os presentes recebidos durante suas viagens presidenciais.

Este caso envolveu diversos tipos de presentes, incluindo conjuntos de itens masculinos da marca Chopard, joias da marca Rolex, e esculturas sem identificação de procedência, recebidos em viagens como as visitas oficiais à Arábia Saudita e participação em eventos internacionais.