Uma audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira, 26, no Fórum de Sena Madureira, para discutir as eleições de 2024, foi marcada por um acalorado debate entre o deputado federal Gerlen Diniz (PP), candidato a prefeito, e o atual prefeito Mazinho Serafim. Sob a supervisão do juiz eleitoral Eder Jacoboski Viegas, que interveio para manter o foco na reunião, as acusações de ambos os lados dominaram o encontro, cujo objetivo era coletar sugestões para garantir a normalidade do pleito.
O conflito começou quando Gerlen Diniz, durante sua fala, cobrou uma perícia em um áudio supostamente atribuído a Mazinho Serafim. No áudio, o prefeito teria afirmado que “quebraria a prefeitura” para garantir a eleição de seu aliado, o candidato a prefeito Gilberto Lira (UB), que não estava presente na reunião. “Quero uma perícia para esclarecer essa dúvida e que a verdade seja revelada. A população merece saber se o áudio é verdadeiro ou não. Se for falso, é necessário investigar quem está por trás disso. Além disso, existe uma escola com duas salas, mas com 14 funcionários contratados temporariamente. As autoridades precisam investigar essas situações para assegurar eleições limpas. Verifiquem quantas contas foram abertas na Caixa Econômica. Esses empregos podem estar sendo usados como moeda de troca por votos, o que é ilegal”, disse Diniz.
Em resposta, Mazinho Serafim, visivelmente irritado, exigiu a palavra e desafiou a autenticidade do áudio. “Se esse áudio saiu do meu telefone ou de qualquer outro aparelho registrado em meu nome, eu renuncio imediatamente. Se isso for provado, eu deixo o cargo na hora”, declarou o prefeito.
Mazinho também rebateu as acusações de contratação irregular de funcionários, argumentando que o Tribunal de Contas da União não permite a realização de concursos públicos imediatos. “Estamos cumprindo a lei de responsabilidade fiscal. Qualquer prefeito enfrentaria as mesmas dificuldades em realizar concursos públicos neste momento”, afirmou. Ele ainda criticou a imprensa, acusando-a de disseminar notícias falsas. “A imprensa é o quarto poder. Eles fazem o que querem e nada acontece”, concluiu.
Durante a audiência, o juiz Eder Jacoboski Viegas esclareceu que o uso de conteúdos gerados por Inteligência Artificial não está proibido nas eleições, desde que seja informado ao eleitor que a produção foi feita por esse meio. Ele ressaltou que é crime usar vozes ou imagens de outras pessoas para criar conteúdos prejudiciais a candidatos. “O uso de IA deve seguir as diretrizes estabelecidas, e os candidatos devem ter ciência disso. A IA pode ser uma ferramenta útil, mas deve ser usada de forma ética e transparente”, destacou o juiz.
Jacoboski também informou que a Polícia Federal está atuando em conjunto com a 3ª zona eleitoral, que abrange as cidades de Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus, para garantir a lisura do processo eleitoral. “Todas as forças estarão atuantes aqui. Podem ter certeza disso”, afirmou.
Ao final da audiência, todos os presentes foram convidados a assinar um documento comprometendo-se com a integridade do processo eleitoral em Sena Madureira.