SENA MADUREIRA

Moto Uber e candidata a vereadora afirma ter recebido dinheiro para levar categoria à convenção de Gilberto Lira e se sentiu traída

Um áudio vazado na última quarta feira (7) agitou a cena política de Sena Madureira. Simone, uma Moto Uber e candidata a vereadora, revelou em uma mensagem enviada a um grupo de mensagens que recebeu dinheiro de Mazinho Serafim, atual prefeito, para garantir a presença da categoria na convenção que oficializou as candidaturas de Gilberto Lira e Alípio Gomes como prefeito e vice, respectivamente na última segunda (5). No entanto, a ausência dos Moto Uber no evento deixou Simone profundamente frustrada e traída.

No áudio, Simone expressou sua decepção e frustração com a falta de apoio de seus colegas. “Bom dia, bom dia a todos do grupo. Ei, pessoal, vocês viram ontem lá, quando o pessoal chamava lá, cadê a galera dos Moto Uber? Não tinha ninguém, né?”, começou Simone, ressaltando a importância do compromisso que havia sido assumido durante uma reunião anterior na casa do seringueiro. “Se vocês não querem compromisso comigo, pô, era pra vocês terem falado naquele dia da reunião lá na casa do seringueiro, entendeu? Perante o prefeito. Se vocês não querem compromisso comigo, com nós, com a nossa classe, vocês têm que ter menos compromisso com o prefeito, honrar a palavra de vocês.”

Simone revelou que recebeu um valor em dinheiro para garantir a participação dos Moto Uber na convenção. “Aí eu fui lá, consegui gasolina pra nós, chamei o Toninho pra nós ir lá, entendeu? O Toninho foi lá, viu a dificuldade, deram só R$ 500,00 pra nós. Aí não houve tempo pra dar mais, pra poder dar gasolina pra todo mundo. Quem não pegou gasolina foi porque não quis, que eu coloquei no grupo.”

Apesar do esforço para garantir recursos e apoio, Simone se sentiu abandonada pela categoria: “Aí quando o pessoal fala lá, pô, cadê o pessoal dos Moto Uber? Vocês nem lá pra dar apoio, entendeu? Aí vocês acham que o prefeito vai assinar a nossa lei, é? Vocês acham que eu tenho que lutar sozinha pra me poder conseguir alguma coisa, é?”

O áudio revela um sentimento profundo de traição e desapontamento. Simone destacou que a ausência dos Moto Uber poderia comprometer o apoio do prefeito à categoria. “Vocês têm que ter compromisso, pô, entendeu? Pelo menos com o prefeito, pô, que tá ajudando nós, que vai ajudar nós. Porque eu tô fechada, eu fui mulher, eu fui lá em cima daquele palanque lá quando chamou a candidata vereadora e fui pra lá, pô, representar nós. Mas e vocês? Só pensam em dinheiro, pô.”

A revelação de que Simone recebeu dinheiro para garantir a presença dos Moto Uber na convenção de Gilberto Lira gerou repercussão imediata nas redes sociais.

De acordo com a legislação eleitoral brasileira, práticas como a descrita por Simone são proibidas e podem configurar compra de votos ou abuso de poder econômico. A Lei nº 9.504/1997, que estabelece normas para as eleições, proíbe expressamente a doação ou promessa de vantagens em troca de votos. Segundo o artigo 41-A dessa lei, “constitui captação ilícita de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa e cassação do registro ou do diploma.”