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Bebê morre de anomalias associadas à febre Oropouche no Acre

O Ministério da Saúde confirmou um caso no Acre de um bebê que morreu com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical da febre oropouche. O bebê, que faleceu na última semana após 47 dias de vida, apresentou anomalias graves, incluindo microcefalia e malformações articulares.

Segundo o Governo do Acre, a mãe do bebê, de 33 anos, teve rash cutâneo e febre no segundo mês de gravidez. Testes realizados após o parto confirmaram a presença do vírus Oropouche no bebê. O material genético do vírus foi encontrado em diferentes tecidos do recém-nascido, que também apresentava outras anomalias congênitas. Exames laboratoriais descartaram outras causas para as malformações.

A nota técnica emitida pelo Governo do Acre destacou que a correlação direta entre a infecção vertical pelo vírus Oropouche e as anomalias congênitas ainda está sendo investigada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre. Uma nota técnica atualizada será enviada aos estados e municípios com diretrizes sobre análise laboratorial, vigilância e cuidados para gestantes e recém-nascidos com sintomas da febre oropouche.

O Ministério da Saúde confirmou na última quinta-feira (25) duas mortes adicionais causadas pela febre oropouche e está investigando seis possíveis casos de transmissão vertical da doença. Os casos investigados incluem três em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre, sendo que dois evoluíram para óbito fetal e um resultou em aborto espontâneo. Três casos no Acre apresentaram anomalias genéticas, como microcefalia.

De acordo com o Boletim das Arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), os casos de febre oropouche no estado aumentaram, com 430 casos confirmados em 2024 até a Semana Epidemiológica (SE) 31. Santa Rosa do Purus é o único município sem registro da doença. O aumento de casos foi de 8 em uma semana, com 1.658 amostras testadas.

O Ministério da Saúde está monitorando a situação em tempo real e lançará, em breve, o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, que incluirá a febre oropouche, além de dengue, Zika e chikungunya. A febre oropouche é transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, e também pode ser transmitida pelo Culex quinquefasciatus, comum em áreas urbanas.