Imane Khelif, da Argélia, foi a grande vencedora no boxe feminino durante os Jogos Olímpicos de Paris, conquistando a medalha de ouro na categoria meio-médio ao vencer a chinesa Yang Liu de forma dominante nesta sexta-feira (9). A vitória foi especialmente significativa após a controvérsia sobre gênero que envolveu a atleta.
“Sou uma mulher como qualquer outra mulher. Nasci mulher e vivi como mulher, mas há inimigos do sucesso que não conseguem digerir o meu”, afirmou Khelif, de 25 anos, em entrevista coletiva após a conquista.
Khelif, que havia sido medalhista de prata no Mundial de 2022, e a boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting foram destaque nas discussões sobre gênero durante os Jogos de Paris, o que gerou ampla repercussão nas redes sociais.
A boxeadora argelina, que venceu por decisão unânime, se tornou a primeira mulher da Argélia a conquistar um título olímpico no boxe. O boxe feminino faz parte dos Jogos Olímpicos desde Londres 2012. “Oito anos sem dormir. Oito anos cansada. Agora sou campeã olímpica, estou muito feliz. Quero agradecer a todas as pessoas que vieram me apoiar”, declarou Khelif.
Os medalhistas de bronze foram Janjaem Suwannapheng, da Tailândia, e Chen Nien-chin, de Taiwan.
Khelif e a bicampeã mundial Lin Yu-ting foram desclassificadas do Mundial de 2023 pela Associação Internacional de Boxe (IBA), que alegou que um teste de gênero as considerou inelegíveis. No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) utilizou regras de elegibilidade para o boxe em Paris que não incluíam testes de gênero, aplicando as normas das Olimpíadas de 2016 e 2021.