Justiça

Justiça do Acre solta suspeito de mandar matar ex-prefeito Gedeon Barros

A Justiça do Acre concedeu liberdade a Carmélio da Silva Bezerra, de 68 anos, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato do ex-prefeito Gedeon Barros, ocorrido em 2021 em Rio Branco. Carmélio foi liberado no dia 18 de julho e autorizado a permanecer com sua família em Plácido de Castro, interior do Acre.

Carmélio e Liomar de Jesus Mariano, conhecido como Mazinho Mariano, foram presos em 20 de dezembro do ano passado durante uma operação da Polícia Civil que envolveu três cidades. Um terceiro suspeito já estava preso por outro crime, e a polícia cumpriu um novo mandado judicial contra ele.

Em janeiro deste ano, a Justiça negou o relaxamento da prisão, mas em fevereiro, um suspeito de 38 anos foi detido em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, durante a Operação Crime Cracker, que cumpriu mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva.

Em março, a Câmara Criminal de Rio Branco havia rejeitado um pedido de liberdade para Carmélio Bezerra. A defesa entrou com um habeas corpus, argumentando que a prisão preventiva estava excessiva e alegando problemas de saúde do acusado.

O advogado de Carmélio, Silvano Santiago, destacou que a prisão preventiva não deve ser confundida com pena e que, após sete meses, não houve audiência sobre o caso. Ele argumentou que a demora e o excesso de prazo estavam prejudicando a presunção de inocência.

A defesa também ressaltou que Carmélio é réu primário, possui bons antecedentes, endereço fixo e não atrapalhou as investigações, o que ajudou a convencer a maioria dos magistrados a conceder a revogação da prisão preventiva, com a imposição de algumas medidas cautelares.

Por outro lado, a defesa de Mazinho Mariano teve a liminar de um pedido de liberdade indeferida e aguarda o julgamento do habeas corpus.

O caso envolve sete suspeitos denunciados por homicídio qualificado. Carmélio e Liomar de Jesus Mariano são apontados como mandantes do crime, enquanto outros suspeitos são responsáveis pela execução e planejamento do assassinato. Um delator revelou que os mandantes eram um agiota e um boliviano devido a uma dívida com a vítima, e que Carmélio e Liomar participaram das reuniões de planejamento.

O juiz Danniel Gustavo Bomfim observou que o pedido de soltura de Carmélio não era razoável no momento, devido à gravidade do crime e ao risco à ordem pública.

Gedeon Barros, assassinado em 20 de maio de 2021, devia dinheiro a Mazinho Mariano, um aliado político e ex-secretário de esportes. Mazinho havia processado Gedeon e sua esposa por uma dívida de R$ 102.620,37. O advogado de Mazinho afirma que ele é inocente e colaborou com as investigações desde o início.