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PF acusa delegados de ignorar evidências cruciais e obstruir investigações do caso Marielle Franco

A Polícia Federal (PF) confirmou o indiciamento dos delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do comissário Marco Antonio de Barros Pinto, conhecido como Marquinhos. O relatório, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (9), detalha a obstrução das investigações sobre os assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.

O documento da PF acusa membros do alto escalão da Polícia Civil de agir em conluio para dificultar as investigações. De acordo com o relatório, que inclui um depoimento de Giniton Lages obtido em julho, imagens de câmeras de segurança que poderiam ter acelerado a identificação dos criminosos foram ignoradas intencionalmente.

A PF destaca que essa obstrução é evidenciada pelo desvio de foco nas investigações, com a Delegacia de Homicídios da Capital sendo usada para redirecionar a atenção. Ronnie Lessa, o assassino confesso de Marielle, teria indicado que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, suspeitos de serem os mandantes do crime, influenciaram a direção das investigações. Os conflitos políticos e territoriais, bem como denúncias anônimas, teriam contribuído para essa interferência.

O relatório de 87 páginas também revela novos elementos que indicam que os indiciados tentaram ocultar informações essenciais sobre os responsáveis pelos assassinatos de Marielle e Anderson.