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Saúde do Acre cria sala de situação para monitorar casos de doença de chagas

Após a confirmação de nove casos agudos de Doença de Chagas em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) anunciou nesta quarta-feira (31) a criação de uma sala de situação em parceria com o município. Esta medida visa alinhar ações de combate e monitorar os registros da doença.

Profissionais de saúde estão passando por capacitação, enquanto equipes aplicam medidas de controle e prevenção. “Equipes da Vigilância Sanitária já estão no local realizando busca ativa, ações de vigilância sanitária e inspeção em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos suscetíveis à contaminação,” informou a Sesacre em comunicado. A Secretaria está também articulando com o Ministério da Saúde para reforçar o estoque de medicamentos usados no tratamento.

Na última terça-feira (30), a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que nove pessoas estavam internadas no Hospital do Juruá com diagnóstico de Doença de Chagas. Um desses pacientes já recebeu alta e continuará o tratamento em casa. Outros cinco casos suspeitos estão sob investigação. As 14 pessoas afetadas participaram de uma festa de aniversário há cerca de um mês no bairro Miritizal. Os pacientes são parentes e vizinhos, incluindo crianças e adultos.

A suspeita é que a contaminação ocorreu após as vítimas consumirem dois tipos de vinho derivados de frutas típicas da região Amazônica: açaí e patuá. Após a confirmação do primeiro caso na última quinta-feira (25), outras pessoas procuraram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com sintomas da doença. Os casos são acompanhados pela Vigilância Epidemiológica e por médicos infectologistas.

Os pacientes estão reagindo bem ao tratamento e nenhum está em estado grave. “Geralmente é um tratamento longo, pedimos que a população se atente ao tempo de tratamento, que são dois meses, e exige um comprometimento grande do paciente,” afirmou Diani Carvalho, coordenadora regional da Sesacre.

A doença de Chagas é transmitida pelo inseto conhecido como “barbeiro”. A transmissão pode ser via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do protozoário, devido à falta de controle de higiene. O açaí é um dos principais meios de contaminação.

Na fase aguda, os principais sintomas são:

  • Dor de cabeça
  • Febre
  • Cansaço
  • Edema facial e dos membros inferiores
  • Taquicardia
  • Palpitação e dor no peito
  • Falta de ar

O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento o quanto antes, prevenindo danos no coração e no sistema digestivo. Pacientes devem receber medicamento específico por dois meses e permanecer sob acompanhamento por cinco anos na atenção básica municipal, e, quando necessário, por especialistas cardiologista, infectologista e gastroenterologista.