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Vigilantes do Acre pedem apoio na Assembleia Legislativa após denúncia de contrato milionário da Educação

Nesta terça-feira, 27, os vigilantes do Acre, representados pelo Sindicato dos Vigilantes, compareceram à sessão ordinária da Assembleia Legislativa para pedir ajuda aos deputados. A solicitação se deu em função de um contrato de mais de R$ 61 milhões que a Secretaria Estadual de Educação está firmando com uma empresa de São Paulo para prestar serviços de monitoramento nas escolas do estado.

O deputado Adailton Cruz expressou sua expectativa de que o contrato seja suspenso, repudiando a atitude do governo. Segundo ele, o contrato compromete tanto a segurança nas escolas quanto o emprego de dezenas de trabalhadores locais.

A deputada Michele Melo foi enfática ao classificar o contrato como “esdrúxulo e incoerente”. Ela apontou que a escolha da empresa de fora do estado, que está em recuperação judicial, desclassificou uma empresa local que ofereceu um preço mais baixo, sob a alegação de incapacidade para realizar o serviço. Assim como os deputados Adailton Cruz e Edvaldo Magalhães, Michele Melo pediu o cancelamento imediato do contrato.

O deputado estadual Edvaldo Magalhães foi além e apresentou um requerimento solicitando informações detalhadas sobre o contrato firmado entre a Secretaria de Estado de Educação e a empresa Teltex Tecnologia, no valor de R$ 61.693.080, para um período de um ano.

Em seu discurso, Edvaldo Magalhães destacou três pontos principais: primeiro, que o edital foi elaborado de forma a elevar o nível de tecnologia das câmeras, o que acabou por eliminar a concorrência. Empresas que prestaram o mesmo serviço até 2022, com um custo médio de R$ 2.899,62 por escola, foram excluídas do processo.

“Se houver um conflito na porta da escola, não será uma câmera que resolverá a situação; escolheram o mais caro, optaram por uma empresa de fora, excluíram as empresas locais e escolheram o desemprego. Este contrato precisa ser sustado imediatamente pela Secretaria de Estado de Educação e auditado pelo Tribunal de Contas do Estado. Estamos diante de um saque aos recursos da Educação e de um crime contra os trabalhadores da vigilância. Esta Casa não pode ficar de braços cruzados”, afirmou Edvaldo Magalhães.