Com a intensificação da fumaça no Acre e em outras regiões do Brasil, a qualidade do ar se torna uma preocupação crescente. Nesta quinta-feira, 19, a IQAir, colaboradora da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Greenpeace, publicou em seu site que a qualidade do ar em Rio Branco tem 428.8 µg/m³ (microgramas de poluentes por metro cúbico).
O aumento da fumaça no ambiente traz sérios riscos à saúde, especialmente para pessoas com doenças respiratórias, crianças e idosos. A médica Isadora Morais Jorge, pneumologista da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), alerta sobre os cuidados necessários para atravessar esse período de forma mais segura.
Segundo a médica, a má qualidade do ar afeta até quem não tem histórico de problemas respiratórios. “A qualidade do ar está tão ruim que atualmente até quem não tem problema respiratório precisa estar atento aos sinais e sintomas que esse tempo pode causar, principalmente os extremos da população. Então, as crianças e os idosos são a população normalmente mais acometida”, destaca.
É fundamental estar atento a sintomas que podem indicar que a fumaça está afetando a saúde respiratória. Entre os principais sinais, Morais aponta:
“Qualquer um desses sintomas já deve ser motivo para procurar atendimento médico”, orienta.
Diante desse cenário, a médica compartilha algumas recomendações práticas para a população minimizar os impactos da fumaça. “De modo geral, a população deve manter-se bem hidratada, então, beber bastante água. Podemos ainda fazer lavagem nasal e do olho com soro fisiológico”, sugere.
Ela também aconselha evitar atividades físicas em ambientes abertos e manter as janelas e portas fechadas para impedir a entrada de fumaça nas residências. Se a exposição ao ar poluído for inevitável, o uso de máscaras é fundamental. “O mais aconselhado para a qualidade de ar que a gente tem atualmente é a N95. Se você não tiver, usa máscara cirúrgica comum”, indica.
A umidificação do ar pode ser uma aliada importante nesse período, mas exige cuidados. Isadora explica que o uso de umidificadores deve ser controlado. “A água deve ser trocada diariamente, manter o umidificador limpo e desligar no período da noite, deixando ligado por apenas algumas horas”, orienta. Alternativamente, ela recomenda o uso de toalhas molhadas ou uma bacia com água no quarto para aumentar a umidade do ambiente.
Purificadores de ar também são opções válidas, embora não sejam essenciais. “Eles podem ajudar, mas não são obrigatórios”, completa.
Pacientes que já possuem doenças respiratórias crônicas, como asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ou rinite, devem seguir o tratamento habitual sem interrupções. “Lembrando, se você for um paciente que tem doença respiratória, não suspenda o uso da sua medicação inalatória. E se você parou, interrompeu por algum motivo, volte a fazer uso da medicação”, alerta.
Além dos efeitos imediatos da fumaça, a médica ressalta que a exposição prolongada pode levar a complicações mais graves, como doenças pulmonares crônicas e até problemas cardiovasculares.
“Essa fumaça intensa traz tanto problema para a parte dos olhos, causando lacrimejamento, quanto para os pulmões, descompensando quadros respiratórios já existentes. Além de causar doenças pulmonares como o enfisema, a fumaça também pode acarretar doenças cardiovasculares ao longo do tempo, principalmente em quem fica exposto por períodos prolongados”, finaliza.
Com os cuidados certos, é possível minimizar os danos da fumaça para a saúde. No entanto, em caso de piora dos sintomas, é imprescindível procurar orientação médica.
Com informações Secom