Incêndios florestais já destruíram 8 mil hectares na região leste do Acre, e imagens de satélite mostram outros 10 mil hectares queimados em Boca do Acre, Amazonas. Segundo a pesquisadora Sonaira Silva, coordenadora do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (Labgama) da Ufac, muitos focos permanecem fora de controle. “As pessoas continuam colocando fogo e, quando perdem o controle, ele se alastra de uma propriedade para outra”, disse ao Brasil de Fato.
A situação é especialmente crítica na divisa entre o Acre e o Amazonas, em Boca do Acre, onde incêndios de grandes proporções preocupam autoridades estaduais e federais.
Alerta sobre incêndios
O Labgama divulgou, na segunda-feira, 23 de setembro, um boletim destacando 90 incêndios ativos na região de Rio Branco e áreas vizinhas, com uma área devastada de aproximadamente 8 mil hectares.
De acordo com Sonaira, a falta de aprendizado com crises passadas, como a de 2005 — quando cerca de 300 mil hectares foram destruídos no Vale do Acre — agrava o cenário atual. Dados do Programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que o município de Lábrea ocupa o segundo lugar no Amazonas em focos de queimadas em 2024, com 3.893 ocorrências. Boca do Acre aparece em quinto, com 1.560 registros.
Situação no Acre
O Acre enfrenta uma seca severa, com 3.571 focos de incêndio florestal registrados entre 1° e 24 de setembro, conforme a plataforma BDQueimadas do Inpe. Comparado ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 2.564 focos, o aumento é de 39,2%.
Feijó lidera o ranking de incêndios no estado, com 873 focos, representando 24,4% do total. Na sequência, aparecem Tarauacá (597 focos), Cruzeiro do Sul (313), Rio Branco (252) e Sena Madureira (238).
Dos 22 municípios acreanos, 18 já contabilizaram incêndios florestais no período seco de 2024, colocando o Acre em quinto lugar entre os estados da Amazônia Legal, com 6.296 focos, de acordo com o Brasil de Fato.