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Maduro anuncia adiantamento do natal para 1º de outubro em meio a tensões políticas

Nicolás Maduro apresenta programa de auditório em Caracas, em 2 de setembro de 2024 — Foto: Marcelo Garcia/Miraflores Palace/Handout via Reuters

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou o adiantamento do Natal para o próximo dia 1º de outubro. O anúncio foi feito na noite de segunda-feira (2) durante um programa de auditório que ele mesmo apresenta semanalmente.

“Está chegando setembro e já se sente o cheiro de Natal”, afirmou Maduro à plateia. “Por isso, este ano, em homenagem a vocês e em agradecimento, vou decretar o adiantamento do Natal para 1º de outubro. Começa o Natal em 1º de outubro para todos e todas. Que chegue o Natal com paz, felicidade e segurança.”

A medida coincide com um período de tensão no país, após as eleições presidenciais de 28 de julho. A oposição e grande parte da comunidade internacional questionam a legitimidade da reeleição de Maduro para mais um mandato. O pesquisador de Harvard e professor de relações internacionais, Vitelio Brustolin, considera a antecipação do Natal uma “cortina de fumaça para a fraude eleitoral”.

Enquanto isso, a Procuradoria venezuelana, que é aliada do chavismo, solicitou a prisão do candidato oposicionista Edmundo González, que reivindica a vitória nas eleições e exige a divulgação das atas das urnas. O pedido foi acatado pela Justiça, também vista como um braço do regime de Maduro.

Não é a primeira vez que Maduro antecipa as celebrações natalinas. Em 2020, ele havia adiantado o Natal para 15 de outubro devido à pandemia, com a liberação de recursos para a compra de brinquedos. Em 2013, Maduro havia decretado que as comemorações começariam a partir de 1º de novembro, em um momento em que ele tentava “trazer felicidade e paz” após a morte de Hugo Chávez e a eleição presidencial cuja legitimidade foi questionada.